SÃO PAULO - Confesso que só escrevi o que se segue depois de ler um punhado de e-mails de leitores absolutamente perplexos com as declarações atribuídas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a reunião de ontem do Conselho Político.
Fui ler também. Peguei o texto de Renata Giraldi, da Folha Online, menina que conheço e em cujo trabalho confio. Estava lá que o presidente "reconheceu que não tinha noção da dimensão dos problemas e dificuldades que existiam na área".
Não consegui acreditar, ainda mais que, logo depois, o texto acrescentava: "Lula também teria dito que nas cinco eleições em que concorreu à Presidência da República o assunto "crise aérea" não foi mencionado".
Fui conferir no portal G1. Era a mesmíssima versão.
Ainda assim, pedi à Sucursal de Brasília que me mandasse o texto que seria (será) publicado hoje. Começa assim: "Dezesseis dias depois do acidente com o avião da TAM, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem, em reunião fechada com ministros e líderes partidários, que estava mal informado sobre a extensão e a gravidade da crise aérea que assola o Brasil há mais de dez meses. "É como um paciente que não soubesse a gravidade da doença e aí, quando vê, está com metástase no corpo todo", disse, segundo os relatos de participantes".
Continuo achando inacreditável. Quem passou a informação aos jornalistas só pode ter sido algum membro do "Cansei" ou um tucano infiltrado no conselho político.
Não é possível que um aliado transmita a jornalistas tamanho grau de alienação e desinformação de um chefe de governo.
O câncer desfilou durante dez meses por todos os jornais, revistas e telejornais do Brasil e até do exterior, e Lula não sabia (de novo)?
Não acredito. Só pode ser a adesão dos aliados à tal conspiração contra o presidente Lula.
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