Entrevista:O Estado inteligente

sábado, agosto 25, 2007

Os novos aviões militares que voam sem piloto

O piloto fica no quartel

Nova geração de aviões-robôs, controlados
a distância, será usada como força de ataque


Rafael Corrêa

Fotos Divulgação
Global Hawk: avião de 35 milhões de dólares mapeou 55% dos alvos na invasão do Iraque

Guerras em que robôs tomam o lugar de soldados não são mais exclusividade da ficção científica. A Força Aérea americana anunciou que pretende empregar em breve o primeiro esquadrão de ataque formado somente por aviões-robôs. Batizadas de Reapers, essas máquinas de guerra são uma evolução dos Predators, aviões sem piloto já usados em larga escala em missões de reconhecimento e espionagem. Ao contrário dos seus irmãos, que são lentos e têm alcance limitado, os Reapers podem voar durante catorze horas ininterruptas, a uma velocidade de 480 quilômetros por hora. Possuem capacidade para transportar 1 tonelada de bombas e quatro mísseis Hellfire, que podem destruir blindados em terra. Serão utilizados em missões de combate no Afeganistão e no Iraque. Uma esquadra de Reapers tem poder de fogo suficiente para arrasar com uma coluna de tanques num único ataque. A grande vantagem desses aparelhos é que seu aparato tecnológico permite dispensar a presença física de pilotos. Durante os combates, os Reapers serão controlados por militares confortavelmente instalados numa base aérea em Nevada, nos Estados Unidos, a mais de 11.000 quilômetros de distância do Iraque. Além de evitarem a perda de vidas humanas, os Reapers têm custo de produção mais barato que o dos F-22, os aviões mais modernos usados atualmente em missões tripuladas de combate. Enquanto um F-22 custa 136 milhões de dólares, um Reaper sai por meros 17,25 milhões.

Helicóptero Fire Scout: autonomia de oito horas

Há uma década e meia, era pequeno o número de pessoas que apostariam no emprego de UAVs – sigla pela qual são identificadas as aeronaves não tripuladas do tipo Reaper e Predator – como força de ataque nas operações de guerra. O alto comando militar americano enxergava os UAVs como brinquedos exóticos. Os comandantes avaliavam que uma máquina controlada a distância do solo não poderia substituir as competências dos pilotos. Tinham certa razão, já que a tecnologia dessas aeronaves estava ainda em estágio inicial. Os UAVs começaram a chamar a atenção dos militares quando um Predator, controlado pela CIA, agência de inteligência americana, identificou Osama bin Landen no Afeganistão cerca de um ano antes dos atentados de 11 de setembro. Os UAVs conquistaram definitivamente seu espaço durante as operações realizadas no Afeganistão e no Iraque. Mísseis lançados por aviões Predator mataram diversos terroristas da Al Qaeda sem arriscar a vida dos pilotos americanos. No Iraque, um único avião-robô Global Hawk era capaz de mapear uma área do tamanho do estado do Ceará em apenas 24 horas e fornecer informações cruciais para garantir a vitória nas batalhas.

Ajuda aérea: microaviões podem ser usados pelos soldados no reconhecimento aéreo do campo de batalha

Devido à eficiência demonstrada nas campanhas no Oriente Médio, países como Inglaterra, Israel e Coréia do Sul passaram a empregar UAVs em missões de reconhecimento, espionagem e patrulhamento de fronteiras. Hoje, já há mais de cinqüenta empresas que fabricam UAVs em vários países do mundo. Os modelos vão de aeronaves de grande porte, como o Predator e o Global Hawk, ao ScanEagle, da Boeing, microavião usado como apoio em missões de combate terrestres. Os UAVs foram as grandes estrelas da última feira de aviação de Paris, a maior do gênero, atraindo a atenção de autoridades militares e governantes de todo o mundo. A consultoria americana Teal Group estima que o mercado mundial de UAVs movimentou 2,8 bilhões de dólares no ano passado. Em dez anos, esse valor deve triplicar. Nesse período, o governo americano pretende gastar 230 bilhões de dólares no desenvolvimento de novos robôs de guerra, incluindo UAVs. Os aviões sem piloto já começam a ser usados em operações civis. Polícias de cidades americanas e inglesas os testam em funções de vigilância e para perseguir criminosos, em substituição aos helicópteros. A Nasa, agência espacial americana, envia UAVs ao interior de tempestades para colher dados meteorológicos. Os militares avaliam que os UAVs são um dos grandes marcos na história da estratégia militar, permitindo que se poupe a vida de muitos combatentes – tanto no ar quanto no solo.

O novíssimo Reaper: equipado com mísseis e bombas

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