Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, agosto 27, 2007

Uma acusação "injusta"

JB

Uma acusação "injusta" , partindo de quem não fez os investimentos que deveria ter feito, mesmo sabendo que o sistema de controle aéreo e a infra-estrutura aeroportuária estavam em situação precária. Foi assim que as companhias de aviação reagiram à acusação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que parte da crise aérea deveria ser debitada às empresas por estarem "muito açodadas na sua gana para ganhar dinheiro".

Em entrevista ao jornal 'O Estado de S.Paulo' publicada neste domingo (26), o presidente Lula diz também que algumas empresas mandavam os pilotos atribuir aos controladores os problemas de atraso e congestionamento nos aeroportos e nas pistas, quando a falta de tripulação, em alguns casos, era razão do caos aéreo. Ao contrário do governo, rebateram as empresas, elas fizeram investimentos em novos aviões, conquistaram novos passageiros e baixaram os preços das passagens.

SNEA responsabiliza governo
Em nota oficial, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) transfere ao governo a responsabilidade pela crise, acusando-o de não ter feito "os investimentos necessários para desenvolver as infra-estruturas de controle aéreo e aeroportuárias", apesar de o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) ter feito tal advertência e tê-la encaminhado em documento específico ao presidente da República, conforme ata de sua reunião, realizada em 2003, ainda na gestão do ex-ministro José Viegas.

A nota do SNEA diz que "nos últimos anos, as empresas aéreas implantaram um modelo que reduziu significativamente os preços das passagens". E acrescenta que "de 2004 a 2007, a aviação de transporte público praticamente dobrou o número de passageiros sem pressionar o tráfego aéreo", que "o setor modernizou a frota com aviões de última geração, possibilitando às classes de menor poder aquisitivo, o acesso ao transporte aéreo", informando que, hoje, "cerca de 15% dos passageiros situam-se nas classes C e D, reduzindo as tarifas médias em 33%".

Sobre a afirmação de Lula, de que algumas empresas aéreas "colocavam comandantes para falar" que o problema em determinados vôos era culpa dos controladores do tráfego, o SNEA diz que "prefere atribuir a informação errônea repassada a Sua Excelência, uma vez que as empresas jamais imputaram a eles a responsabilidade pelos problemas do setor".

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