Entrevista:O Estado inteligente

sábado, outubro 28, 2006

CLÓVIS ROSSI Não vale o que está escrito


SÃO PAULO - Do discurso de posse de Luiz Inácio Lula da Silva, dia 1º de janeiro de 2003: "O combate à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu governo. É preciso enfrentar com determinação e derrotar a verdadeira cultura da impunidade que prevalece em certos setores da vida brasileira".
Dos fatos, quatro anos depois: o procurador-geral da República denuncia como "organização criminosa" e "quadrilha" um punhado de pessoas do governo Lula, de seu partido e de sua base de sustentação parlamentar.
Do discurso de posse de Lula, dia 1º de janeiro de 2003: "Crimes hediondos, massacres e linchamentos crisparam o país e fizeram do cotidiano, sobretudo nas grandes cidades, uma experiência próxima da guerra de todos contra todos. Por isso, inicio este mandato com a firme decisão de colocar o governo federal, em parceria com os Estados, a serviço de uma política de segurança pública muito mais vigorosa e eficiente. (...) Se conseguirmos voltar a andar em paz em nossas ruas e praças, daremos um extraordinário impulso ao projeto nacional de construir, neste rincão da América, um bastião mundial da tolerância, do pluralismo democrático e do convívio respeitoso com a diferença".
Dos fatos, quatro anos depois: você anda em paz nas ruas e praças "deste rincão da América"? Do mesmo discurso, ainda: "A grande prioridade da política externa durante o meu governo será a construção de uma América do Sul politicamente estável, próspera e unida".
Dos fatos, quatro anos depois: caíram presidentes em penca, a prosperidade escapa à América do Sul e o conflito pelo gás com a Bolívia não parece ser propriamente demonstração de unidade, para não mencionar outras guerrinhas na vizinhança.


crossi@uol.com.br

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