Por Reinaldo Azevedo
Quando escrevi ontem o texto “Para onde vais, PSDB?” (abaixo), juro que não tinha combinado nada com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas cheguei à conclusão de que concordamos. Vejam só. Falando ontem a empresários, ele observou: “Peço ao meu partido que seja firme, que diga o que quer, que não tenha medo, defenda suas idéias, porque não são idéias contra o país. Tem que lutar. O que não pode é enfiar a cabeça na areia". Penso, nessa hora, na reação pífia da campanha de Geraldo Alckmin quando os petistas deram início à campanha terrorista sobre as privatizações. Sobre Lula e a convergência de interesses entre PT e PSDB, observou: “O presidente Lula perdeu o momento perfeito de buscar uma convergência em 2003, depois da transição pacífica que nós fizemos. Agora, está mais difícil buscar uma convergência, só naqueles pontos que são de interesse do país. É preciso que ele [Lula] volte a ter respeitabilidade. Porque são muitos escândalos, é demais, dentro da casa. Como você vai confiar? Perdeu credibilidade." E, felizmente, o ex-presidente afirmou que continuará a “dar trabalho”. Como sempre, sem perder o humor: “Da minha parte, garanto a vocês que, enquanto estiver aqui nesta terrinha, vou continuar dando trabalho, e o presidente Lula vai voltar a dizer que ex-presidentes bons são os outros, porque não o criticam”. Nesta hora, a petralhada tem borborigmo, e, por isso, escrevo: “É isso aí, FHC. É assim que se faz!” Quem ganha o governo governa. Quem perde faz oposição.