Irmão de Lula está ligado
a acusado de corrupção
Marcos Fernandes |
Vavá: é claro que ele não sabia... |
Em outubro de 2005, VEJA revelou que o irmão do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, atuava como lobista em órgãos do governo federal (pois é, parece uma tendência genética). Na semana passada, um dos clientes de Vavá citados na reportagem, o empresário português Emídio Mendes, voltou ao noticiário. Dono do Riviera Group, um conglomerado que atua nos setores imobiliário, turístico e energético, Mendes está sendo investigado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e pela Polícia Federal. O empresário, apontado como pivô de um esquema de corrupção na prefeitura de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, é suspeito de ter pago propina ao prefeito Juan Pons Garcia (PPS), em troca de mudanças escusas na legislação que regulamenta o mercado imobiliário na região. Além dos interesses nesse setor, Mendes também tentou montar uma base de exportação de álcool combustível em São Sebastião. Foi para essa empreitada que solicitou os serviços de Vavá. Acompanhado pelo irmão do presidente, Mendes conseguiu ser recebido para discutir o projeto na Petrobras e no Palácio do Planalto, em audiências com o assessor especial de Lula, César Alvarez, e com o secretário particular da Presidência, Gilberto Carvalho. Sabe-se agora que Mendes também é alvo de investigação da polícia em Portugal. As autoridades daquele país suspeitam que ele andou subornando meio mundo para viabilizar seus empreendimentos. Mas é claro que Vavá não sabia de nada...