Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
domingo, maio 28, 2006
Miriam Leitão Fim da semana
O GLOBO
A semana passada foi particularmente nervosa, mas terminou muito melhor do que se imaginava e, de novo, o mercado financeiro oscilou entre o medo e a euforia. Os extremos são sempre desaconselháveis. O mundo está diferente e a economia internacional entrou numa fase de volatilidade. Outros momentos como o da semana que passou podem se repetir nas próximas semanas e meses.
Uma avaliação que ouvi de dentro do próprio governo mostra que, a despeito das declarações tranqüilizadoras de praxe, sabe-se que há uma mudança na economia mundial que a torna menos favorável a nós que nos últimos três, quatro anos. A economia americana, que vinha operando com 1% de juros, aumentando a liquidez mundial e o fluxo de capital para os emergentes, hoje está com 5% e a pergunta que se faz é: quanto mais vão subir?
A resposta dada pelos indicadores divulgados na semana passada é mais positiva do que se achava. Os dados de inflação mostram que ela está no teto da meta informal seguida pelo Fed e os dados de crescimento mostram que a economia americana continua pujante. Há outros sinais, contraditórios, indicando desaceleração do mercado imobiliário e de outros itens da demanda. Por enquanto, o cenário de estagnação com inflação nos Estados Unidos está, felizmente, adiado. Temia-se que o país estivesse com os índices de preços acima da meta e com números de crescimento muito baixos. Isso exigiria do Fed elevação maior dos juros numa economia desacelerando. Uma coisa é uma crise num país periférico contaminando outros, como nos anos 90. Outra é uma crise na economia central. O efeito no resto do planeta seria óbvio.
Houve um tremor que pode se repetir. Há economistas mais ou menos otimistas, mas ninguém duvida que o ambiente de agora é diferente do que presidiu a pujança dos últimos anos. "Não é possível tirar conclusões definitivas sobre a magnitude dos efeitos dessa turbulência, nem sobre sua duração", diz o boletim do Banco Itaú.
O país está melhor agora que em qualquer outra crise. Um dado: as reservas internacionais são hoje 149% dos compromissos externos de 12 meses da economia brasileira. Mas, com a volatilidade, esses dados mudam rapidamente. Em 11 dias, o real se desvalorizou 14%, mesmo sendo o Brasil um país que fez seu ajuste externo, ao contrário da Turquia, por exemplo, com seus 6% de déficit em transações correntes.
O Brasil tem suas fragilidades num sistema político em frangalhos, num governo sem iniciativa legislativa, num superávit primário construído com aumento de arrecadação e não com corte de gastos; pelo contrário, as despesas continuaram crescendo em abril, mesmo que o mês tenha produzido, como foi divulgado, um enorme superávit primário.
Aqui a reação nesta última semana foi mais forte. Isso porque os juros altos fizeram do Brasil o destino favorito do dinheiro de curto prazo. Certos integrantes do governo mostraram-se totalmente despreparados para crises de grande magnitude. A dívida é muito alta e inspira pouca confiança, apesar de tudo. A troca das NTN-Bs, feita na quarta-feira e na quinta-feira, sepultou a idéia de que o Brasil poderia rapidamente se transformar num país normal, com uma dívida alongada e barata.
Por ironia, o Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças lançou na semana passada um livro fruto de muitos debates entre professores e ex-professores da PUC-Rio sobre a LFT. O papel, inventado para que o país pudesse, durante o período da hiperinflação, manter sua dívida sendo rolada, pode ou não ser retirado do mercado? Em torno dessa pergunta, economistas, entre eles os pais do real, dividiram-se. André Lara Resende o defendeu. Outros o atacaram. Ana Novaes, que fez o sumário, admitiu que houve debate demais e consenso de menos.
Com fama de ser o papel que transfere para o governo todo o risco, e que dá vida mansa ao mercado financeiro em momentos de crise, a LFT voltará a ser oferecida, informou o secretário do Tesouro. Já o papel que venceria em 2045 foi recomprado de investidores estrangeiros que saíram rapidamente do país.
Conclusão: o Brasil ainda está longe de ser um país normal e blindado contra as crises. A economia internacional não está em crise, mas o melhor momento passou. E nós não o aproveitamos para criar as condições do crescimento sustentado.
Arquivo do blog
-
▼
2006
(6085)
-
▼
maio
(558)
- Villas-Bôas Corrêa Lula no país das maravilhas
- DORA KRAMER Uma boa e doce vida
- Cultura cívica de papelão Luiz Weis
- José Nêumanne A gala dos tucanos no baile dos peti...
- Investimentos externos brasileiros
- Coleção de erros
- Gabeira e Renan batem boca sobre sanguessugas
- Míriam Leitão - Tempos piores
- Merval Pereira - Dois modelos
- Luís Nassif - O homem errado
- Jânio de Freitas - Serviços e desserviços
- Fernando Rodrigues - O vice de Lula
- Clóvis Rossi - Aconchego
- Celso Ming - Reforço da cautela
- Carlos Heitor Cony - Mentiras institucionais
- Lucia Hippolito na CBN:O voto dos funcionários púb...
- Primeira Leitura : Reclamando e andando Por Lilia...
- Miriam Leitão on line - Ministro da agricultura cu...
- A demissão de Furukawa
- A reeleição de Uribe
- Brasil cresce menos que concorrentes
- Chega de encenação PAULO SÉRGIO PINHEIRO
- Democracia Ali Kamel
- Dois países
- Estrangeiros reavaliam planos para AL
- Arnaldo Jabor - A herança de FH vai reeleger o Lula
- Carlos Heitor Cony - O futuro de Lula
- Clóvis Rossi - O trambique desce redondo
- Luís Nassif - A gestão na área social
- Valdo Cruz - Não se anule
- Celso Ming - A Petrobrás acorda a tempo
- Dora Kramer - A musa dos descontentes
- Luiz Garcia - A imprensa menos livre
- Merval Pereira - O fator Aécio
- Míriam Leitão - Juros e PIB
- Lucia Hippolito na CBN Reforma na Constituição
- Touraine, Castañeda e o Virundum Por Reinaldo Azevedo
- Fernando Gabeira Os bandidos na mesa do café
- Miriam Leitão on line -Semana tera juros em queda ...
- Mortos e vivos - Denis Lerrer Rosenfield
- Duas crises, dois atraso - Carlos Alberto Sardenberg
- Chantagem política Paulo Guedes
- Chantagem política Paulo Guedes
- O REAL -Ex-cabo eleitoral de FHC, real vai ajudar ...
- Fernando Rodrigues - Uma lei pró-PT
- Lucia Hippolito na CBN:Um passo à frente e dois atrás
- Inevitável fim do fôlego RICARDO AMORIM
- AUGUSTO NUNES SETE DIAS JB
- AUGUSTO NUNES SETE DIAS
- AUGUSTO NUNES CPI LANÇA CANDIDATO DO PCC
- A gregos e troianos Mailson da Nóbrega
- Bernanke se corrige e aceita 2% de inflação Albert...
- Os desacertos de Mantega Suely Caldas
- Falha dos bancos centrais (2)Celso Ming
- Embate de personalidades Dora Kramer
- Um alerta para o Itamaraty
- O pára-quedista e o alpinista Gaudêncio Torquato
- A crise é de autoridade
- Oposição sem rumo
- Falta horizonte
- CLÓVIS ROSSI O tiroteio continua
- VALDO CRUZ Guerra e paz
- CARLOS HEITOR CONY Aparecer para crescer
- JANIO DE FREITAS Picadinho (sem gosto)
- RUBENS RICUPERO Crise mundial: ameaça ou oportunid...
- LUÍS NASSIF O MoMA e o Masp
- FERREIRA GULLAR Papo brabo
- Como ganhamos a Copa de 58JOÃO UBALDO RIBEIRO
- Merval Pereira
- Miriam Leitão Fim da semana
- Lula e a Revolução Francesa Por Reinaldo Azevedo
- Uma eleição sem espaço para o populismo
- MILLÔR
- Lya Luft Vamos fazer de conta
- VEJA Entrevista: José Manuel Durão Barroso
- André Petry Eles não passarão
- Diogo Mainardi Gabeira para presidente
- Roberto Pompeu de Toledo Seleção brasileira de est...
- Lula se torna o guardião da política econômica
- Márcio Thomaz Bastos abafa todas
- Cresce o poder de compra dos mais pobres
- A bancada de José Dirceu
- TSE corta o custo das campanhas
- Duda fez e continua fazendo
- CELSO MING Falha dos bancos centrais (1)
- Crise do gás - momento de reflexão Opinião Josef B...
- DORA KRAMER De rotos e esfarrapados
- Um déficit explosivo
- As razões do favoritismo
- Moral em concordata Mauro Chaves
- CARLOS HEITOR CONY Os palhaços
- GESNER OLIVEIRAEconomia contra o crime
- Delírio ideológico
- Merval Pereira De pernas para o ar
- Zuenir Ventura Contra o crime virtual
- Miriam Leitão O senhor tolere
- Lucas Mendes Idolatria americana (idolatria e geog...
- A FORÇA DE LULA por Denis Rosenfield
- Adeus, hexa Guilherme Fiuza
- Agosto Por Liliana Pinheiro
-
▼
maio
(558)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA