A tese de que a baixa rejeição representa um trunfo e uma promessa para Alckmin é um desacato à lógica |
A rejeição a Lula está em 27% para o Datafolha e em 34,7% para a CNT/Sensus. Já seria uma diferença excessiva. No caso de Alckmin, porém, a rejeição pelo Datafolha está em 14% e pela CNT/Sensus vai a 40,6%.
É impossível extrair dessas rejeições alguma dedução eleitoral. Apesar disso, a tese, tão difundida no jornalismo político, de que a baixa rejeição representa um trunfo e uma promessa para Alckmin é um desacato à lógica. Se grande parte do eleitorado desconhece até a existência de Alckmin, e nesse índice ele é candidato recordista, não teria como rejeitar o que ignora. Nem por isso a ausência de rejeição significaria potencial de aceitação quando, e se, o candidato se torne conhecido.
Imprensa e TV do Rio ficaram mal na última pesquisa Datafolha/ TV Globo. Enquanto Cesar Maia é fartamente promovido e protegido, Rosinha só recebe críticas e ataques. Mas os índices de aprovação e reprovação de Cesar Maia e Rosinha são os mesmos. Os chamados formadores de opinião no Rio estão fazendo muita opinião e nenhuma formação. O que é muito bom.
Acaba em gaiatice, como merecia, a história do astronauta brasileiro. Esse coronel Marcos Pontes mandou a ética para o espaço, ao pedir desligamento da Aeronáutica, tão logo voltou, para se dedicar a palestras remuneradas. Por incautos, pode-se supor, porque o palestrante nada mais tem a dizer do que os ricaços que pagaram por seu turismo espacial. A menos que o coronel Marcos Pontes queira contar o quanto custou, de fato, aos cofres públicos, para agora escapar da retribuição devida. Não foram só os US$ 10 milhões pagos aos russos. Antes de chegar a isso, a brincadeira de Marcos Pontes custou vários anos de gastos altos, aqui e no exterior.
A CPI do Tráfico de Armas prendeu o depoente Sérgio Wesley como se quisesse dar prova definitiva de que seu propósito não é ouvir verdades. Há meses a CPI enrola sem contribuição alguma ao seu tema. Expoentes da intimidação de interrogados, com uso sistemático de agressões verbais, há muito tempo os deputados delegados Moroni Torgan, com seus sermões ridículos, Arnaldo Faria de Sá e o PM Alberto Fraga poderiam estar indiciados por abuso de poder e falta de decoro parlamentar. Se a Câmara não fosse levada por eles próprios à caracterização, inspirada a um interrogado de crimes, como território de malandragens.