O Estado de S. Paulo |
9/11/2006 |
A história sobre a formação de um novo partido de centro-esquerda a partir de dissensões do PSDB, sendo a mais ilustre delas a do governador eleito de São Paulo, José Serra, circulou no início da semana mas desapareceu como surgiu: num átimo. Principalmente pela ausência de lógica aparente no tema - criar um partido dá trabalho e nem sempre vale a pena -, ele foi deixado de lado como se não passasse de mera flor do recesso, assunto que assume a cena quando há falta de assunto. É fato, garantiram alguns; é factóide, desprezaram outros. A realidade elimina ambos. A idéia de formação de um novo partido não é fato nem é factóide. Ela existe, mas ainda é incipiente, depende de algumas preliminares para ser posta em prática e há fortes obstáculos para sua execução. A conversa tem origem na inquietação de vários parlamentares desconfortáveis nos partidos em que estão. Seja PSDB, PV, PPS ou PMDB. Em todos eles há gente em busca de novas opções, saídas para os respectivos futuros políticos. Ainda assim, não consideram que o momento para deflagrar uma operação desse tipo seja agora. Nenhum deles tem razão urgente para deixar os partidos onde estão e há ainda os que não têm motivo nenhum por ora. É o caso, por exemplo, de José Serra, cuja preocupação no momento está mais ligada às urgentes melhorias de que necessita o PSDB para funcionar em conformidade com suas pretensões. E para isso, pensar em voltar à Presidência da República, o partido precisa, de acordo com suas cabeças pensantes, se organizar, ter idéias e se aproximar da sociedade. Sem cumprir esse cardápio de tarefas o PSDB, avaliam tucanos, não vai a lugar algum. Se conseguir se desincumbir delas com sucesso, a idéia de um novo partido esvazia-se, pois poderá se credenciar como abrigo dos descontentes de outras legendas. Há mais outras preliminares em exame na roda de discussão sobre a nova legenda. Um abrandamento na legislação eleitoral é tido como essencial, mas, sobretudo, é preciso observar para que lado vai o governo Lula, qual o rumo a ser seguido pelo PT, qual o perfil do novo ministério, antes de se pensar em alterar o quadro partidário com vistas à eleição de 2010. Sim, porque a razão primordial, embora não exclusiva, de todo esse debate é a construção de bases seguras e ideologicamente convergentes para sustentar a candidatura de José Serra à Presidência da República. Renúncia vazia Assunto recorrente sempre que há mudanças à vista, a renúncia coletiva de ministros voltou à cena. No governo Lula já foi cogitada uma vez, em 2004, e na gestão Fernando Henrique umas duas ou três. Numa delas, a proposta chegou a ser formalizada em ofício enviado a todos os ministros pelo então chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho. O resultado foi pífio: só Clóvis e Raul Jungmann, ministro da Reforma Agrária, atenderam à solicitação, pedindo demissão por meio de cartas ao presidente. FH fez a reforma como quis e, coincidência ou não, os dois ficaram nos cargos. Com renúncia ou sem renúncia, presidentes fazem mudanças como bem entendem, pois é deles a prerrogativa de nomear e demitir, independentemente da vontade dos ministros de ficar ou sair. Hora do Brasil O senador Almeida Lima anunciou ontem na tribuna que há um estudo no Senado sobre a extinção das transmissões ao vivo das sessões, tanto de plenário quanto de comissões, sob o argumento de que, sendo extensas e por vezes maçantes, levam a TV Senado a perdas constantes de audiência. Pela proposta, todo o material produzido ao longo do dia iria ao ar mediante edição prévia. Considerando que audiência não é o foco da TV Senado, uma emissora institucional, a única razão plausível é o desejo da direção do Senado de controlar o que vai ou não ao ar de acordo com a orientação partidária do comandante da ocasião. Mão dupla Pode ser só impressão, mas a maciez entre governo e oposição ontem durante depoimento do ex-ministro da Saúde Humberto Costa na CPI dos Sanguessugas sugere um acerto de procedimentos pelo qual uma mão lava a outra. Ou, dependendo do que estiver sendo omitido, ambas se sujam mutuamente. Costa tratou de pontuar que seu antecessor Barjas Negri poderia ter assinado convênios com prefeituras junto com Luiz Antônio Vedoin sem ter necessariamente culpa no cartório, e tucanos registraram fé no desconhecimento de Costa a respeito das negociatas da máfia das ambulâncias no Ministério da Saúde. |
Entrevista:O Estado inteligente
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Dora Kramer - Nem fato nem factóide
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