Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, setembro 13, 2005

EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO A PF ABUSA NOVAMENTE

A despeito do mérito dos pedidos de prisão preventiva do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf e de seu filho Flávio Maluf, foi lamentável o modo como a ordem foi executada pela Polícia Federal. Sobretudo a prisão de Flávio Maluf foi conduzida com um espalhafato inadmissível.
O episódio evidenciou, mais uma vez, o apetite dos agentes da PF pelos holofotes da mídia. Como já ocorrera em outras oportunidades, a prisão foi realizada, na presença da imprensa, como um espetáculo. Apesar de ter se entregado, Flávio foi forçado a usar algemas. No caso, o uso desse dispositivo só pode ser compreendido como uma maneira de amplificar o impacto da prisão do filho de Maluf sobre a opinião pública.
É certo que em si mesma a prisão preventiva de Flávio e Paulo Maluf é justificável. A medida veio no sentido de assegurar o bom andamento do processo, uma vez que havia indícios convincentes de que ambos procuravam manipular uma testemunha. O que se critica aqui é apenas a pirotecnia e as arbitrariedades que vêm marcando ações a cargo da PF.
Sem dúvida é salutar que a instituição venha se empenhando em desbaratar quadrilhas e investigar casos de corrupção. Mas é preciso que suas operações transcorram dentro da lei e não passem a impressão generalizada de que são pautadas pela política e pelo sensacionalismo.
Como exímio criminalista que é, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, conhece os problemas e tem procurado tomar medidas para que esses espetáculos de truculência e humilhação não ocorram. Infelizmente, o ministério parece incapaz de controlar seus subalternos. Foi o que ficou mais uma vez evidente no caso da prisão de Flávio Maluf.

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