Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, setembro 13, 2005

CLÓVIS ROSSI Quem?

folha de s paulo
 SÃO PAULO - Cai na caixa de correspondência eletrônica comunicado emitido pelo Movimento Pró-Congresso, formado por parlamentares que se propõem a resgatar a Casa do pântano em que mergulhou junto com o governo Lula.
Diz o comunicado que já são mais de 70 os parlamentares que fazem parte do grupo, que tem reunião marcada para hoje. Setenta sobre 513 deputados não chegam a representar nem 15% da Casa.
Não sei se o grupo resolveu auto-limitar-se, para não convidar gente que, cedo ou tarde, acabará sendo envolvida em algum escândalo, ou se é mesmo o número máximo de deputados dispostos a ser "pró-Congresso". Em qualquer caso, a evidência é escandalosa: uma minúscula minoria está disposta a resgatar o Parlamento enquanto a grande maioria só quer salvar a própria pele ou defender seus minúsculos interesses eleitorais e/ou financeiros, no pior sentido da palavra.
É desanimador, mas não creio que seja surpreendente. Basta que você faça, com alguns amigos/amigas, o seguinte exercício: escolha um presidente acima de qualquer suspeita para a Câmara na hipótese de afastamento de Severino Cavalcanti.
Aposto que haverá boas chances de não surgir no grupo um só nome digno realmente de confiança. Ou, se surgir, será o de alguém, amigo ou conhecido de apenas um dos membros do grupo, mas recebido com desconfiança por quase todos os demais, talvez todos.
A menos, é claro, que seu grupo de amigos seja uma corriola petista, tucana, malufista ou de qualquer outra linhagem, em que prevalecerá o espírito de corpo, não o espírito público (como, de resto, prevaleceu na eleição do próprio Severino).
Tem-se, então, que não parece haver um nome realmente hígido politicamente para pôr no lugar de um cadáver que, ainda por cima, recusa-se em baixar à sepultura.

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