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"A eleição do próximo presidente da Câmara está marcada para quarta-feira, dia 28. Até agora, existem muitos candidatos, se compararmos com eleições anteriores.
Acontece que o processo eleitoral que resultou naquela desastrada e desastrosa eleição de Severino Cavalcanti em fevereiro jogou por terra todos os critérios que sempre nortearam a eleição de um presidente da Câmara dos Deputados.
Primeiro critério: a maior bancada elege o presidente da Câmara. Mas é preciso apresentar um candidato único.
O PT desrespeitou esta regra, dividiu-se entre vários candidatos, para no final acabar com dois, um no oficial e outro no paralelo, ambos sem conseguir nem o consenso dos companheiros da base aliada, quanto mais do restante da casa.
Segundo critério: o partido que faz a presidência do Senado, não faz a presidência da Câmara. Mas como a crise atingiu limites críticos, esta regra também foi abandonada. O PMDB preside o Senado, mas apresentou um candidato forte à presidência da Câmara, o ex-presidente da casa Michel Temer.
O que pode prejudicar as chances de Temer são razões de outra ordem. Ele é do PMDB oposicionista e não reza pela cartilha de Renan Calheiros. Como o vice-presidente da República José Alencar deve voltar ao PMDB, pode ser poder excessivo nas mãos do mesmo partido.
Ah, e para complicar ainda mais, o casal Garotinho apóia Michel Temer. Ninguém merece, né não?
Terceiro critério: o colégio eleitoral é composto por 513 eleitores. Mas o PT desconheceu este universo, na eleição de fevereiro. Enquanto o candidato Luiz Eduardo Greenhalgh cruzava o Brasil em jatinhos pagos por Delúbio Soares, embalado por uma campanha eleitoral cujo marqueteiro era o publicitário Marcos Valério, Virgílio Guimarães realizava atos públicos em Minas Gerais, reunindo mais de cinco mil pessoas e promovia festas de campanha regadas a recepcionistas de Jeanne Mary Córner.
Na atual campanha, há muitos telefonemas, muitas conversas, mas praticamente tudo voltado para dentro da Câmara. É mais barato, e infinitamente mais eficaz.
Daqui para quarta-feira, o número de candidatos deve diminuir. Mas uma coisa é certa: vença quem vencer, não teremos uma solução tão esdrúxula como foi Severino Cavalcanti."