Entrevista:O Estado inteligente

sábado, junho 18, 2005

CLÓVIS ROSSI:Severino, o novo herói

folha des paulo
 SÃO PAULO - Era uma vez, num charco que queria ser lagoa, uma bela figura humana apelidada de Sapo Barbudo. Como todo sapo, tinha um sonho: ser Príncipe. Tentou, tentou, tentou até conseguir, cercado de seus eternos amigos, os petês.
Agradecido por ser Príncipe, seu primeiro foi ato visitar o Altar da Pátria Financeira e nele depositar sua dádiva: os mais altos juros do planeta. Afinal, ele sabia que o pessoal que habitava a parte de cima do charco, onde fica o altar, tinha medo dele, e era preciso comprá-los na linguagem que entendem.
Mas alguns petês desconfiaram e criaram a banda Os Radicais, que não parava de cantar o hit "Eu Ainda Lembro o que Você Dizia no Verão Passado". Foram expulsos.
E foram substituídos por uma turminha brava: o pêéle, o pepê e o petebê. Tinham todos passado a vida brigando com os petês, mas Príncipe não liga para detalhes sórdidos.
Um belo dia, escândalo no charco: a turma do petebê foi vista roubando o carteiro. "Investiguem tudo", gritou a turma do Príncipe anterior, a mesma que gritava, quando mandava no charco, que "investigar é golpe". Os petês, que antes gritavam "investiguem tudo", passaram a cantar: "Investigar é golpe".
Aumenta a confusão quando um sapo troglodita grita: "Zé, sai daí". Zé, esqueci de apresentar, é amigo do Príncipe desde que o Príncipe era sapo. E foi quem trouxe o sapo troglodita ao balaio dos petês, apesar de ter sido da tropa de choque de um Príncipe que os petês (e quase todo o charco) achavam indecoroso.
Os petês e o Zé desqualificam o sapo a quem o Príncipe dera um cheque em branco, mas Zé obedece e sai. Consta que, para seu lugar, irão alguns da turma do pemedebê, que o Príncipe, quando sapo, acusara de roubar até o carrinho de pipoca do charco.
Foi assim que o charco que queria ser lagoa continuou charco.

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