folha de s paulo
Decorridos dois anos e seis meses do mandato de Lula, na cronologia há algo ainda mais importante do que a falta de apenas ano e meio para se encerrarem os quatro que lhe foram concedidos. É que falta ainda menos, 15 meses, para a eleição presidencial. Pois é a esta altura que Lula cede às injunções interessadas em reforma ministerial.
Nas últimas semanas pudemos ler, em autores ilustres, uma sentença convicta: "o governo Lula acabou". No domingo, uma colunista não menos ilustre informava, com transpirante otimismo, que "começa nesta semana um novo governo Lula". De minha parte, só posso admitir que me pegam de surpresa. Acabou, como? E, se começa outro, é porque acabou um. Mas o governo Lula já tinha começado?
Digamos que sim, já que existe pelo menos o indício do que estão chamando de reforma ministerial. Reforma, porém, para quê e com que provável efeito?
Daqui ao fim do governo, o tempo é insuficiente para que novos ministros, só por serem novos, revertam as insuficiências do governo Lula. Como Lula e seu grupo concentraram os objetivos reais do governo estritamente na inflação e no pagamento da dívida, não há programa de ação governamental a ser tocado pelos novos ministros. Vão na valsa, como os precedentes e os atuais, cada um por si, e Deus não tem ido por todos.
Para completar, o Orçamento deste ano não lhes oferece oportunidade de fazer, seja qual for sua competência, mais do que a continuidade da crescente acumulação de problemas em todas as áreas carentes de investimento. A política econômica prosseguirá no obsessivo enfurnamento das verbas aprovadas pelo Orçamento, para desviá-las em direção aos juros que são uma forma de maior concentração da riqueza.
Lula e o núcleo palaciano não querem reforma ministerial, que até eles sabem inútil a esta altura. Querem uma cortina de fumaça. Querem criar mais atrações para as vistas agora depositadas exclusivamente na crise das evidências de corrupção.
Atômica
Posto em circulação como o mais cotado para o Gabinete Civil, o nome de Dilma Rousseff não sofreu, na mídia voraz, nem a menor restrição à ética profissional ou pessoal, à competência e aos propósitos. Ainda assim, seu nome, no caso, sugere uma pergunta relativa à sua indicação para o Gabinete Civil.
É público que Dilma Rousseff opõe-se à construção da usina nuclear chamada Angra 3. Mas, de uma parte, o lobby para a construção é muito forte, encabeçado pela empreiteira Andrade Gutierrez; e, de outra parte, na própria Presidência há defensores da obra. José Dirceu esteve entre os mais enfáticos.
Dilma Rousseff sair do Ministério das Minas e Energia é afastar, para área de influência condicionada e improvável, a mais sólida (e necessária) resistência à terceira usina nuclear em Angra. É natural que haja indagações, sem resposta embora, sobre a possibilidade de razões extras, no Planalto, entre as que justificaram a indicação de Dilma Rousseff transferir-se do baluarte que é o seu atual ministério.
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