Entrevista:O Estado inteligente

sábado, novembro 04, 2006

Carta ao leitor

Em 2006 como em 2002

Reportagem de VEJA quando Lula se elegeu em 2002

Quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente em 2002, VEJA saudou-o em uma reportagem que, ao tempo de desejar-lhe um governo auspicioso, descreveu seu feito como um "certificado de qualidade da democracia brasileira". A reportagem terminava com uma lembrança: "A estabilidade institucional e econômica do Brasil não esteve em jogo nas eleições. O novo presidente não recebeu das urnas mandato para revogá-la". É inescapável constatar que, nos quatro anos de poder, Lula se manteve fiel a suas promessas econômicas. Fez ouvidos de mercador aos ideólogos e cumpriu o acordado com a sociedade.

Quatro anos depois, Lula foi reeleito com 60 milhões de votos. Mais uma vez VEJA deseja a ele uma presidência bem-sucedida, pois disso se beneficiarão todos os brasileiros – os que gostam dele e os que o odeiam. Uma reportagem desta edição mostra que Lula tem como objetivos permanentes o controle da inflação e a manutenção dos pilares essenciais ao funcionamento livre dos mercados. Uma análise dos discursos e entrevistas do presidente depois de apear-se dos palanques revela uma agenda ainda mais avançada. Lula se compromete a baixar impostos e diminuir os entraves burocráticos que inviabilizam o empreendedorismo e martirizam a atividade empresarial formal no Brasil. O presidente reeleito acena com maior abertura da economia para o exterior e com o fim da cegueira ideológica que restringiu o acesso de produtos brasileiros ao ávido mercado consumidor dos Estados Unidos.

Como fizemos em 2002, cabe aqui também uma lembrança. Pelo mesmo princípio de que não se podem usar mecanismos democráticos para destruir a democracia, a consagração nas urnas não dá a Lula mandato para revogar o Código Penal ou as leis eleitorais que pesam sobre ele e seus partidários por desvios cometidos nos primeiros quatro anos de governo. A promessa mais vital feita pelo presidente reeleito diz respeito justamente à vigilância dos cofres públicos, que, no primeiro mandato, serviram em parte de repasto aos "companheiros". Principalmente, Lula garantiu que o que ele chama de "erros" não se repetirá. VEJA torce para que seja assim, sem relaxar, porém, sua vigilância.

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