Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, setembro 12, 2005

FERNANDO RODRIGUES O partido da IURD

FOLHA DE S PAULO
BRASÍLIA - Esqueça o "mensalão" e o "mensalinho". Se o assunto é como o Brasil emergirá da crise, a notícia mais relevante da semana estava ontem em uma nota na revista "Veja" com o título de "O partido do bispo". Relata que a Igreja Universal do Reino de Deus obteve em 25 de agosto registro definitivo para a sua própria agremiação partidária.
Agora, o bispo Edir Macedo não precisará mais praticar "entrismo" no PL, PTB, PP e adjacências. Já tem a sua própria sigla, o PMR (Partido Municipalista Renovador).
Os políticos interessados em disputar a eleição de 2006 têm até o dia 30 deste mês para decidir em qual agremiação estarão. Nessa data será conhecido o tamanho exato da bancada de Edir Macedo.
Em resumo, depois de quatro meses de crise e acusações gravíssimas de corrupção generalizada em Brasília, o saldo mais objetivo é esse -uma igreja evangélica conseguiu montar o seu próprio partido político.
A aprovação da sigla demonstra também como é frágil a Justiça Eleitoral. O PMR usa trechos em seu estatuto copiados integralmente do documento equivalente do PL. O artigo 43, por exemplo, começa assim: "As bancadas do PL nas Câmaras Municipais de vereadores...".
É compreensível que os religiosos da IURD tenham cometido tal imprudência. Não é a praia deles. Mas o curioso é o Tribunal Superior Eleitoral chancelar o desleixo. No site do TSE (www.tse.gov.br) está escrito: "O Tribunal, por unanimidade, deferiu o registro definitivo do Partido Municipalista Renovador (PMR)".
Nada contra uma igreja fundar uma agremiação política. Ocorre que o PMR já é o 28º partido com registro nacional. O PSOL será o 29º, se Heloísa Helena e seus aliados tiverem a mesma sorte de Edir Macedo.
É improvável que a saída para os males da política nacional esteja apenas na criação do PMR e do PSOL. Assim caminha o Brasil.

Arquivo do blog