Entrevista:O Estado inteligente

sábado, setembro 17, 2005

FERNANDO RODRIGUES De novo, o PMDB

FOLHA DE S PAULO
 BRASÍLIA - É fascinante, mas o PMDB é o partido que mais reúne condições políticas no momento de acabar controlando totalmente o Congresso na fase pós-mensalinho e pós-mensalão. Os peemedebistas já comandam o Senado, com Renan Calheiros (AL). Podem agora também ficar com a Câmara depois da saída de Severino Cavalcanti.
É simples entender as razões para o poder cair novamente no colo desse partido acostumado a viver no poder desde o retorno da democracia.
Os cinco maiores partidos do Congresso são hoje, pela ordem, PT, PMDB, PFL, PP e PSDB. Juntos, têm 337 das 513 cadeiras da Casa.
O PP está sem poder de fogo. É a sigla de Severino. Sobram quatro partidos fortes. Desses, PSDB e PFL farão uma guerra campal se o PT insistir em ter o próximo presidente da Câmara. Não aceitam. Com 109 deputados, podem fazer a diferença.
O PT sabe das suas dificuldades, mas também acha que seria o fim da linha aceitar um tucano ou um pefelista na terceira cadeira mais importante da República. Até ontem, a bancada petista somava 89 cabeças. Mesmo com as perdas previstas para os próximos dias, não é um exército a ser desprezado.
Sobra, portanto, o PMDB.
Fala-se também em nomes de partidos pequenos, como PSB ou PC do B. Não são hipóteses impossíveis, mas seria necessário acreditar que as grandes agremiações estão todas abrindo mão de exercer o poder -o que não é o caso, ainda, apesar dos escândalos em série.
A conjuntura reforça o cacife do PMDB. Uma sigla que sempre é, ao mesmo tempo, governo e oposição.
O nome mais forte é o do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Como é visto com reservas por Lula, no Palácio do Planalto, e no PFL, por ACM, começa a melhorar a chance de um político totalmente novo até outro dia: o do peemedebista Osmar Serraglio, do Paraná, o relator da CPI dos Correios.

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