Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, março 01, 2007

Um dia de pânico


EDITORIAL
Folha de S. Paulo
1/3/2007

NO ATUAL ciclo de expansão da economia mundial, iniciado no fim de 2002, a exuberância contaminou vários mercados. O otimismo foi abalado na terça, quando a queda da Bolsa chinesa arrastou outras mundo afora. Seguiu-se uma reação em cadeia, gerada por vendas maciças de ações.
Como tem sido assinalado, essa reação aconteceu por causa de rumores de que o governo chinês adotaria medidas para conter o ímpeto especulativo do mercado acionário.
Somou-se a isso uma declaração do ex-presidente do banco central americano Alan Greenspan, interpretada como sinal de recuo: "Quando nos distanciamos tanto de uma recessão, invariavelmente algumas forças começam a se acumular para a próxima recessão e, de fato, estamos começando a ver sinais." O alerta foi reforçado pela queda de 7,8% no indicador de pedidos de bens duráveis às fábricas dos EUA.
É possível que a volatilidade dos mercados financeiros permaneça elevada nos próximos dias, até os investidores chegarem a um novo consenso sobre o patamar de preço adequado. Ontem, entretanto, a reação exacerbada do dia anterior foi parcialmente revertida.
Na China, os investidores voltaram a perceber o país como uma máquina de crescimento apoiada no mercado de crédito, e não no acionário. Nos EUA, o Departamento do Trabalho divulgou que o PIB do país cresceu 3,3% em 2006 -inibindo especulações sobre um recuo abrupto- e as taxas de juros de longo prazo caíram para 4,5% ao ano. Diante disso, as Bolsas americanas voltaram a fechar no azul.
O pânico de terça mostrou, outra vez, que os investidores reagem em manada, seja na alta, seja na baixa das ações. Resta aos países em desenvolvimento aumentar sua resistência às periódicas ondas de choque.

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