Artigo |
O Globo |
26/3/2007 |
Morda-se de inveja Tarso Genro, um dos que pregam a recriação do PT para exorcizá-lo dos vícios adquiridos ao longo de 28 anos. O PFL (logo quem?) saiu na frente e se apresentará a partir desta quarta-feira como um partido novinho em folha. Mudará de nome, de comando e atualizará seu programa para tentar escapar do buraco em que se meteu. Para o PFL, bons tempos aqueles dos anos 90 quando Marco Maciel foi vice nos dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Nas eleições municipais de 1996, o partido elegeu 934 prefeitos e pouco mais de 10 mil vereadores. E nas eleições gerais de 1998 registrou sua melhor performance: seis governadores, 105 deputados federais e cinco senadores, que se juntaram aos 11 eleitos em 1994. O partido foi dono ao mesmo tempo das maiores bancadas na Câmara e no Senado. O PSDB ficou atrás dele nas duas vezes em que emplacou o presidente. E novamente em 2002. Bem, mas no ano passado o PFL acabou sendo vítima do fenômeno chamado Lula. Foi esmagado por ele no Nordeste, onde perdeu os quatro governos que tinha. Viu também sua bancada de deputados federais murchar para os atuais 58 - embora ainda detenha a maior do Senado (17). O número de prefeitos, que chegara a 1.058 em 1988, despencou para 789 em 2004. E vêm novas eleições municipais por aí. Nesse ritmo, o PFL correria o sério risco de desaparecer pelas bordas. Governador é quem atrai prefeitos e vereadores. O PFL só tem um - o de Brasília, onde não há prefeitos nem vereadores. Que fazer? Reinventar-se. Bush deveria ter declarado a vitória dos Estados Unidos na guerra contra o Iraque tão logo ela se desenhou. E retirado seus soldados. Encrencou-se. Por aqui, a turma que manda no PFL foi mais realista. Decretou a falência do partido. Reabrirá suas portas com novo nome e sob nova direção. Sai de cena o PFL nordestino, conservador e incapaz de ficar longe do poder. Entra em cena o Democratas - segundo o script, um aguerrido partido de oposição ao governo e a certos aspectos do seu próprio passado para tentar crescer no Sudeste e do Sul, onde ainda é forte o voto de opinião. O PFL apoiou o direito do presidente da República de legislar por meio de Medidas Provisórias? O Democratas condena tal direito sob a desculpa de que ele se banalizou. O PFL apoiou a reforma da Previdência de Fernando Henrique, que reduziu direitos dos aposentados? O Democratas defenderá a preservação dos direitos que eles ainda conservam. Foi graças aos votos do PFL que o Congresso aprovou em 1999 a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)? Se depender do Democratas, não haverá mais prorrogação. Haverá, sim, mais CPIs. Durante 16 dos seus 22 anos, o PFL foi presidido por um político sisudo de origem alemã chamado Jorge Bornhausen. Ele tocou o partido de comum acordo com o afável Marco Maciel e o tempestuoso Antonio Carlos Magalhães. O Democratas pede passagem sob o comando de um político de 37 anos nascido no Chile. Deputado federal pela segunda vez, Rodrigo Maia (RJ) tocará o partido de comum acordo com gente mais jovem - ACM Neto (BA), José Carlos Aleluia (BA), Mendonça Filho (PE), Onyx Lorenzoni (RS) e Gilberto Kassab (SP). É uma mudança de geração, convenhamos. Que poderá dar certo ou não. O PT nasceu na esquerda e começou a ir para o centro desde que se encantou com as miçangas do poder. Com medo de perdê-las, o PFL (ou melhor: o Democratas) tentará fazer o mesmo trajeto vindo da direita para o centro. O PT compensou no Nordeste o espaço perdido no Sul e no Sudeste nas últimas eleições. Desalojado do Nordeste, o PFL (perdão: o Democratas) investirá em um espaço que sempre lhe foi estranho, e onde lhe faltam líderes de peso. É um baita desafio para que ele o enfrente sozinho. É razoável imaginá-lo associado ao PSDB - em 2008, onde der, e certamente em 2010 para a sucessão de Lula. |
Entrevista:O Estado inteligente
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segunda-feira, março 26, 2007
Em cena, o Democratas- Ricardo Noblat
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