Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, março 27, 2007

Concluir Angra 3



EDITORIAL
O Globo
27/3/2007

Com menos risco de que sua decisão possa agora ser motivo de exploração política, o governo federal já pode retomar as obras de conclusão da usina nuclear Angra 3. Vários ministros que participam do Conselho Nacional de Política Energética têm manifestado opiniões favoráveis à usina, com base em argumentos concretos.

O Brasil precisa ampliar sua capacidade de geração de energia de origem térmica, para não ficar tão dependente do regime de chuvas. Esperava-se que o gás natural fosse a fonte supridora dessas usinas térmicas, mas ficou provado que não há combustível disponível para abastecê-las. A produção nacional deve crescer nos próximos anos, porém, isso dependerá de volumosos investimentos e também da superação de grandes desafios técnicos. A Bolívia, por sua vez, deixou de ser um parceiro confiável e seria uma temeridade expandir o parque térmico brasileiro contando com o fornecimento do país vizinho.

Queimar óleo combustível ou carvão em volumes consideráveis para gerar energia elétrica não parece ser a melhor opção no momento em que o mundo começa efetivamente a se esforçar para reduzir a emissão de gases poluentes que contribuem para o aquecimento global.

A energia de origem termonuclear voltou então a ser vista como uma boa alternativa, depois de vencidos preconceitos e reações negativas por parte de ambientalistas.

No caso brasileiro, a energia nuclear foi devidamente testada, com sucesso. A usina Angra 2 (da qual Angra 3 será uma cópia melhorada e atualizada), está entre as de melhor desempenho operacional em toda a indústria. Na prática, o risco de acidentes - que sempre foi o grande temor em relação a essas usinas - mostrou-se remotíssimo.

Estudos de empresas internacionais renomadas aconselham a conclusão de Angra 3 pelo aspecto econômico, e isso sem considerar que o Brasil tem elevadas reservas de urânio e domina a tecnologia de enriquecimento do minério para uso em geração de energia elétrica. Além disso, as usinas de Angra são fundamentais para manter a qualidade da energia na região Sudeste.

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