Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, novembro 10, 2006

Clóvis Rossi - Sob nova gerência?



Folha de S. Paulo
10/11/2006

Já que o empresário Jorge Gerdau Johannpeter parece na bica para ser ministro, é bom recuperar pelo menos parte de texto publicado neste mesmíssimo espaço no dia 26 de janeiro, produto de conversas com ele em Davos, durante o encontro anual 2006 do Fórum Econômico Mundial.
Lá vai: "O empresário Jorge Gerdau Johannpeter tem uma obsessão: ver o setor público brasileiro adotar métodos gerenciais capazes de dar efetiva resposta aos problemas da pátria. Sei que é uma obsessão porque ele tocou nesse assunto com a Folha no ano passado, aqui em Davos, e ontem voltou ao tema.
Sua lógica parece bastante sensata: não há hoje grandes diferenças nas propostas, pelo menos dos grandes partidos, para resolver os problemas do Brasil. As propostas podem não ser as únicas nem, talvez, as melhores, mas, de fato, há uma grande coincidência entre elas, pelo menos entre os partidos que parecem ter mais chances de chegar ao poder.
Se é assim, tudo o que faltaria para que as propostas passassem do papel à prática é o que Gerdau chama de "inteligência política". Ou seja, um presidente capaz de entender a natureza das questões e tirar as propostas do papel.
Gerdau acredita, com base em estudos sérios, que só na Previdência Social seria possível praticamente eliminar o déficit sem mexer nas estruturas pelo simples bom gerenciamento". O texto dizia ainda que "Gerdau parece certo de que tampouco em 2006 o Brasil terá no comando a tal inteligência política".
Se o empresário aceitar a sondagem de Lula, esta última frase fica prejudicada. Gerdau terá concluído que Lula comprou sua tese sobre os métodos gerenciais, e ele terá a chance de levá-los à prática. A conferir, eventualmente, se um bom gerente é o que basta para a pobre pátria desorientada.

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