Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
sexta-feira, abril 08, 2005
O DIA-Dora Kramer:A falta que o excesso não faz
Ao molde da ponderação psicanalítica segundo a qual na vida nem tudo é simbolismo, no terreno do cerimonial diplomático cumpre registrar que às vezes – a maioria delas – uma comitiva presidencial é só uma comitiva presidencial, carece de significados e dispensa interpretações.
Por isso, nada, não fosse a vocação pelo modo propagandístico de governar, autorizaria a conclusão de que o Governo brasileiro teria escalado seu elenco de convidados ao funeral do Papa João Paulo II referido em simbolismos afeitos à política interna, notadamente a eleitoral.
Um dos possíveis: posar com a magnanimidade de presidente acima de conflitos partidários, integrando à delegação dois adversários – Severino Cavalcanti e Fernando Henrique Cardoso – contra os quais nutre desconforto explícito.
Seria um gesto de elegância, não rendesse benefício político para o autor a quem não faltariam outras oportunidades para produzir semelhante efeito.
Cerimônias fúnebres requerem sobriedade e discrição. Quando mais imperceptível e carente de qualquer registro for a passagem dos participantes das solenidades de adeus, mais respeitosa será a homenagem.
Seja qual tenha sido a intenção, o resultado em princípio soou inadequado e, como sempre, os transtornos tiveram origem nos excessos: de convidados para viajar no avião presidencial, de presunção ao chamar os quatro cardeais brasileiros votantes para ir junto, de senso marqueteiro ao integrar à lista líderes de religiões e seitas para denotar ecumenismo.
Nem existe, na configuração da cerimônia no Vaticano, lugar para tanta gente, o que evidencia indiferença ao que vai de passar lá, por ocasião do fato em si.
A preocupação central é a de montar um cenário favorável ao chefe da delegação, no caso o presidente Luiz Inácio da Silva. Diante de tão ilustres e diferentes presenças, ele termina sendo o real homenageado tal a sorte de análises positivas a respeito de seu gesto, produzidas internamente.
Ainda que a cena pareça um tanto folclórica e algo rebuscada demais.
Os excessos, desta vez, não ficaram todos por conta dos especialistas oficiais em fazer brotar confusão dos acontecimentos mais simples e previsíveis. Agora o Governo Lula teve um parceiro à altura na figura do arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Scheid.
Ao chamar o presidente da República de “caótico” e “boboca”, o arcebispo mostrou que a ausência de compostura que assola o País já chegou ao cardinalato. Portanto, livres da falta de educação não estamos mais em lugar algum.
Se até em torno da morte e da sucessão do Papa trocam-se desaforos, se faz marquetagem e não há pejo na busca do proveito político e no culto à personalidade, guarde-nos o Santíssimo quando o ambiente já não pedir luto e circunspecção.
Dois gumes
Há, no PSDB, correntes opostas de opinião a respeito da conveniência ou não de se estreitar relações com o ex-governador e postulante a candidato presidencial pelo PMDB, Anthony Garotinho.
Um grupo acha que a permanência de Garotinho na disputa é favorável ao candidato tucano, pois divide o eleitorado, tira votos do Governo e força a realização de um segundo turno, cenário tido como desfavorável ao Palácio do Planalto.
Outro grupo considera que é melhor deixar Garotinho fora do páreo pois, com recursos (a mulher, Rosângela Matheus, é governadora do Rio), discurso populista e apoio na nação evangélica, ele é bem capaz de passar ao segundo turno como oponente do presidente Lula, tirando o PSDB da disputa.
Os partidários da segunda tese já aconselharam seus aliados no PMDB a dar um jeito de se livrar de Garotinho até setembro, quando termina o prazo para filiação partidária dos candidatos em 2006.
Não sendo assim, ouviram recentemente os pemedebistas de um tucano particularmente interessado no assunto (não é Fernando Henrique), estarão fadados a apoiar a candidatura do ex-governador do Rio ou a embarcar no projeto da reeleição de Lula.
Policiais demitidos
A propósito de artigo sobre a necessidade, mas a pouca vontade do poder público em promover “uma faxina” nas polícias de modo a combater a criminalidade dentro das corporações, o ministério da Justiça envia mensagem informando que nas polícias Federal e Rodoviária Federal, o expurgo está em execução.
Diz a assessoria do ministro Márcio Thomaz Bastos: “As duas instituições policiais que fazem parte do ministério estão fazendo uma completa checagem de seus quadros”. De agosto de 2003 a dezembro de 2004, foram presos 48 policiais federais e, em 2005, uma única operação prendeu 14 policiais rodoviários.
O ministério cita ainda casos de prisões de policiais nos estados, como Amazonas (14) e Paraná (oito) e garante que a orientação é mesmo a de livrar as corporações do “joio”.
Não obstante sejam louváveis as providências informadas, o artigo tratava da urgência de ações de caráter mais abrangente e definitivo.
Por exemplo, em áreas problemáticas como o Rio de Janeiro e São Paulo, onde a infiltração do crime nas polícias supera em muito a amplitude das punições citadas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Arquivo do blog
-
▼
2005
(4606)
-
▼
abril
(386)
- VEJA Entrevista: Condoleezza Rice
- Diogo Mainardi:Vamos soltar os bandidos
- Tales Alvarenga:Espelho, espelho meu
- André Petry:Os corruptos de fé?
- Roberto Pompeu de Toledo:A jóia da coroa
- Baby, want you please come here - Shirley Horn, vo...
- O mapa da indústria GESNER OLIVEIRA-
- JANIO DE FREITAS:A fala do trono
- FERNANDO RODRIGUES:220 vezes "eu"
- CLÓVIS ROSSI :Distante e morno
- PRIMEIRA COLETIVA
- Dora Kramer:Lula reincorpora o candidato
- AUGUSTO NUNES :Entrevista antecipa tática do candi...
- Merval Pereira:Mãos de tesoura
- Miriam Leitão:Quase monólogo
- O dia em que o jornalismo político morreu
- Eles, que deram um pé no traseiro da teoria política
- Lucia Hippolito: O desejo de controlar as informações
- Goin way blues - McCoy Tyner, piano
- O novo ataque ao Copom - LUIZ CARLOS MENDONÇA DE B...
- JANIO DE FREITAS :Mensageira da crise
- FHC concedeu coletiva formal ao menos oito vezes
- CLÓVIS ROSSI :Todos são frágeis
- ELIANE CANTANHÊDE :Pelo mundo afora
- NELSON MOTTA:Coisas da política ou burrice mesmo?
- Dora Kramer: PFL quer espaço para Cesar
- Miriam Leitão:Dificuldade à vista
- Luiz Garcia :Tiros sem misericórdia?
- Merval Pereira:Barrando o terror
- Villas-Bôas Corrêa: A conversão de Severino
- Lucia Hippolito: A hora das explicações
- Let’s call this - Bruce Barth, piano
- CÂMBIO VALORIZADO
- CLÓVIS ROSSI :Quem manda na economia?
- ELIANE CANTANHÊDE :"Milhões desse tipo"
- DEMÉTRIO MAGNOLI:Preto no branco
- LUÍS NASSIF :As prestações sem juros
- Dora Kramer:À sombra dos bumerangues
- Miriam Leitão:Erro de identidade
- Merval Pereira:Sentimentos ambíguos
- Guilherme Fiuza:A culpa é do traseiro
- Georgia on my mind - Dave Brubeck, piano.
- Lucia Hippolito: Ele não sabe o que diz
- PALPITE INFELIZ
- TUDO POR UMA VAGA
- CLÓVIS ROSSI:Presidente também é 'comodista'
- FERNANDO RODRIGUES:Os traseiros de cada um
- "Liderança não se proclama", afirma FHC
- O dogma de são Copom- PAULO RABELLO DE CASTRO
- LUÍS NASSIF:Consumo e cidadania- ainda o "levantar...
- Dora Kramer:Borbulhas internacionais
- Zuenir Ventura:Minha pátria, minha língua
- ELIO GASPARI:Furlan e Bill Gates x Zé Dirceu
- Miriam Leitão: Nada trivial
- Merval Pereira:Palavras ao léu
- REFLEXOS DO BESTEIROL
- Villas-Bôas Corrêa: A greve das nádegas
- AUGUSTO NUNES:O Aerolula pousa no mundo da Lua
- VEJA:Jorge Gerdau Johannpeter
- XICO GRAZIANO:Paulada no agricultor
- Por que ele não levanta o traseiro da cadeira e fa...
- Lucia Hippolito: Eterno enquanto dure
- Luiz Garcia:Sandices em pleno vôo
- Arnaldo Jabor:Festival de Besteira que Assola o País
- Miriam Leitão:Economia esfria
- Merval Pereira:Liberou geral
- GUERRA PETISTA
- Clóvis Rossi:Apenas band-aid
- ELIANE CANTANHÊDE:De Brasília para o mundo
- JANIO DE FREITAS:Os co-irmãos
- Dora Kramer: Sai reforma, entra ‘mudança pontual’
- AUGUSTO NUNES O pêndulo que oscila sobre nós
- Resgate em Quito (filme de segunda)
- Round midnight - Emil Virklicky, piano; Juraf Bart...
- Reforma política, já- Lucia Hippolito
- INCERTEZA NOS EUA
- VINICIUS TORRES FREIRE :Bento, Bush e blogs
- FERNANDO RODRIGUES: Revisão constitucional
- Os trabalhos e os dias- MARCO ANTONIO VILLA
- Zelão / O Morro Não Tem Vez - Cláudia Telles
- Fora de propósito
- JOÃO UBALDO RIBEIRO:Viva o povo brasileiro
- Merval Pereira: O desafio das metrópoles
- Miriam Leitão:Música e trégua
- DEMOCRACIA INACABADA
- GOLPE E ASILO POLÍTICO
- CLÓVIS ROSSI:A corrida pela esperança
- ELIANE CANTANHÊDE:Asilo já!
- ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES: Reforma tributária e ga...
- ELIO GASPARI:A boca-livre deve ir para Quito
- JANIO DE FREITAS:Sonho de potência
- LUÍS NASSIF Racismo esportivo
- Quando as cidades dão certo - JOSÉ ALEXANDRE SCHEI...
- AUGUSTO NUNES: O encontro que Lula evita há dois anos
- O depoimento de uma brasileira no Equador
- Sabiá - Elis Regina]
- Diogo Mainardi:A revolução geriátrica
- Tales Alvarenga:Assume mas não leva
- André Petry: Isso é que é racismo
- Roberto Pompeu de Toledo:Fato extraordinário:um pa...
-
▼
abril
(386)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA
Nenhum comentário:
Postar um comentário