Embora o prefeito e pré-candidato à Presidência da República pelo PFL, Cesar Maia, tenha dito que buscaria reparação à intervenção federal no sistema de Saúde do Rio de Janeiro pedindo, entre outras providências, o impeachment do presidente Luiz Inácio da Silva, não é esse o entendimento do presidente do partido, senador Jorge Bornhausen.
Para ele, eficaz mesmo para a recuperação do dano político, depois que o Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional o ato do Ministério da Saúde, seria a concessão do direito de resposta para que Cesar Maia pudesse ocupar cadeia nacional de rádio e televisão, como fez o ministro Humberto Costa em março ao anunciar a intervenção.
"Se o Governo federal usou horário nobre para dar publicidade a um ato ilegal, por dever de justiça acho que temos o direito de ocupar o mesmo espaço para dar conhecimento à Nação a respeito da ilegalidade cometida".
Bornhausen argumenta que a decisão do STF teve alcance muito mais reduzido que o pronunciamento do ministro Humberto Costa, "expondo a todo o País o prefeito Cesar Maia como um mau administrador".
Segundo o senador, houve um impacto negativo para o prefeito do Rio medido por pesquisas internas feitas pelo PFL. Essas mesmas consultas registraram uma subida de 42% para 80% no índice de conhecimento de Cesar Maia no plano nacional.
"É claro que é positivo o fato de hoje o dobro de pessoas conhecerem o candidato, mas não se pode negar que o conhecimento foi de uma face negativa e, como baseado numa ação declarada inconstitucional, acho que temos condições de recuperar isso".
O PFL ainda vai decidir hoje os detalhes da ação contra o Governo, mas a posição de Bornhaunsen deve prevalecer por ser mais realista.
Objetivamente, um pedido de impeachment não tem chance de ir a lugar algum. Mais não fosse porque à oposição interessa cumprir o calendário em vigor.
Politicamente, o pedido de resposta, se concedido, seria o melhor palanque que qualquer pré-candidato de oposição à Presidência jamais poderia sonhar a um ano e meio das eleições.
Desempenho global
O papel de chanceler intinerante é a terceira missão especial que o ministro José Dirceu, recebe no Governo.
A primeira, a articulação política, naufragou já na escolha do interlocutor autorizado junto ao Congresso Nacional, o senhor Waldomiro Diniz.
Da segunda, a gerência administrativa, nunca mais se falou, bem como ignoram-se notícias a respeito da produção dos inúmeros conselhos, grupos de trabalho e comissões coordenadas pelo ministro.
Nada impede que a terceira tentativa dê certo.
"Way of life"
Episódio protagonizado pela ex-embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, quando servia na Venezuela diz algo sobre a política externa norte-americana e explica muito a respeito da recente preocupação do país com Hugo Chávez.
Donna Hrinak conversava com um grupo de parlamentares brasileiros de passagem por Caracas de volta de uma viagem a Cuba e, a certa altura, passou-se a comentar as parlapatices populistas de Chávez.
"Os Estados Unidos não se preocupam com discursos, na América Latina há hablaciones demasiadas", explicou.
"E quando é que um presidente começa chamar atenção dos Estados Unidos?", quis saber o deputado Paulo Delgado (PT-MG), que agora relata o encontro.
"Quando não fala muito, quando pára de falar ou quando começa a comprar e vender coisas", ensinou Hrinak.
Chávez continua em suas "hablaciones", mas agora começou a comprar armas.
Exceção
O presidente Lula passou o dia de ontem em preparação intensiva para a entrevista coletiva que dará hoje. Teve atenção especial de Duda Mendonça e foi sabatinado por assessores no molde dos simulados feitos com candidatos às vésperas de debates eleitorais.
Louvável o empenho do presidente em preparar-se previamente – para qualquer situação –, mas injustificável tanto espalhafato em torno de uma entrevista, em tese ato que já deveria estar integrado ao cotidiano do presidente da República com dois anos e quatro meses de mandato.
Segundo sentido
O líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman, diz que não entendeu um trecho de artigo sobre as críticas aos juros em que Severino Cavalcanti é citado e Goldman, referido como "discípulo" posando ao lado dele.
Segundo o tucano, nunca posou ao lado de Severino, "muito menos como discípulo". Além do mais, afirma, se opôs à idéia do presidente da Câmara de rever as atribuições do Comitê de Política Monetária.
O líder não entendeu mesmo. A frase não tinha um sentido literal, buscava só traduzir sua recente, e conveniente, aliança com Severino Cavalcanti.
O DIA
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