Entrevista:O Estado inteligente

sábado, fevereiro 23, 2008

Rambo IV, com Sylvester Stallone

Força bruta

Vinte anos depois, Rambo volta empapado em sangue


Marcelo Marthe

Numa cena de Rambo IV (Rambo, Estados Unidos/Alemanha, 2008), o herói vivido por Sylvester Stallone deixa claro que não está para brincadeira: sem mover um músculo da face, arranca o pomo-de-adão de um adversário com a mão. É uma amostra do que se pode esperar do filme que marca o retorno do brucutu depois de vinte anos: muito, muito, muito sangue.

Sem brincadeira, é muito mesmo.

A ação resulta em nada menos do que 236 mortes, quase três por minuto. São corpos que explodem, cabeças decepadas e outras barbaridades. Stallone tem 61 anos – e parece ansioso para mostrar que ainda dá conta do recado. O lançamento de um quarto episódio da série de sucesso dos anos 80 atende a seu esforço para voltar à tona, iniciado em 2006 com a ressurreição de outro tipo que fez sua fama, o boxea-dor de Rocky Balboa. Mas, pelo que se vê em Rambo IV, talvez seja hora de se aposentar. Em cartaz no país a partir desta sexta, o filme cumpre as piores expectativas. A nova aventura tem uma trama tão simplória quanto as anteriores. Saem de cena a Guerra Fria, o Vietnã, o Afeganistão. O pano de fundo passa a ser um conflito que desperta comoção humanitária: a guerra civil em Mianmar, no Sudeste Asiático. Rambo transporta um grupo de religiosos americanos até uma aldeia arrasada pela ditadura feroz do país. Lá, saca de sua bandana e vira um vingador. O detalhe é que no filme, dirigido pelo próprio Stallone, o país ainda é chamado pelo antigo nome, Burma. Rambo está mesmo perdido.

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