O Estado de S. Paulo |
28/2/2008 |
No depoimento semestral previsto em lei, na Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, deixou ainda mais claro do que das outras vezes que a prioridade é o contra-ataque à recessão. A situação do Fed é especialmente difícil. A lei americana exige que a política monetária (política de juros) seja usada para atender a dois objetivos: garantir a expansão produtiva (e do emprego) e combater a inflação. Um banco central opera com um único instrumento, que é o fole monetário. Pode bombear dinheiro para dentro da economia, o que reduz os juros, e pode retirar dinheiro, o que aumenta os juros. Isso é feito por meio de compra e da venda de títulos públicos. Quando o banco central os compra, injeta dinheiro (o mesmo entregue em pagamento pelos títulos); quando vende, retira dinheiro (o que recebe no pagamento dos títulos). Não há como combater simultaneamente a recessão e a inflação. Combate-se a recessão com injeção de dinheiro na economia e a inflação com retirada de dinheiro da economia. A decisão do Fed é dar prioridade ao combate à recessão. Isso implica deixar a inflação à solta temporariamente para enfrentá-la quando a recessão for revertida. Ao longo de 2007, o Fed não tinha essa clareza. Vacilou na eleição de sua prioridade, fato que ficou evidente no conteúdo dos documentos oficiais, especialmente nas atas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês). Também vacilou na velocidade da derrubada dos juros. Mas, em janeiro, Bernanke entendeu que enfarte do miocárdio não se enfrenta com homeopatia. Foi o que o levou a derrubar extraordinariamente os juros em 0,75 ponto porcentual em 22 de janeiro e a reforçar a dose com mais meio ponto apenas oito dias depois. A próxima reunião será realizada dia 18. O pronunciamento de ontem passou o recado de que virá mais um corte nos juros básicos (Fed Funds) de meio ponto, para 2,5% ao ano. E nada indica que o serviço termine por aí. No mercado financeiro, os títulos do Tesouro americano de 2 anos estão prevendo mais cortes. Por isso, fixam a remuneração (yield) em apenas 2% ao ano. Decisões assim, como a escolha dessa prioridade, são como chuva grossa. Alguma enchente sempre causam. E uma das conseqüências é a desvalorização do dólar em relação aos outros ativos. O ouro subiu 15,1% em dólares nestas primeiras semanas do ano; o euro, 3,6%; o cobre, 27,5%; e a soja, 20,2%. Com o barateamento das mercadorias americanas em outras moedas, espera-se que as exportações dos Estados Unidos aumentem, com correspondente redução das importações. E que esse aumento das exportações ajude a reativar a economia americana. O Fed faz o que pode, mas não resolve tudo. Ninguém sabe como evoluirá a crise. Aqui está apenas uma das incertezas com que lidar: quase 9 milhões de mutuários americanos (10,3% do total) pagam financiamento habitacional superior ao atual valor do seu imóvel. A qualquer momento, essa gente pode deixar de pagar suas prestações e criar um novo problema para bancos, investidores e para o Fed. Ficou menor - A dívida interna (em reais) do setor público continua crescente. Chegou a R$ 1,141 trilhão. Mas, em relação ao PIB, está caindo. Era de 44,4% em janeiro de 2007 e chegou a 42,1% em janeiro de 2008. |
Entrevista:O Estado inteligente
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