O Estado de S. Paulo |
27/2/2008 |
O dólar atingiu ontem sua cotação mais baixa em reais desde maio de 1999: R$ 1,6840. Nas primeiras oito semanas e dois dias de 2008, caiu 5,0%. Esse tombo não acontece apenas em relação ao real. Neste ano, caiu 3,0% em relação ao euro e ontem, a cotação bateu o recorde histórico. No mercado internacional, o dólar mais fraco é conseqüência da combinação da perspectiva de baixa dos juros com o aumento da inflação, ambos nos Estados Unidos. A atual prioridade da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) é o ataque à recessão e à estagnação do crédito. Os juros básicos (Fed funds), hoje nos 3,0% ao ano, caíram 1,5 ponto porcentual de outubro para cá, mas muito provavelmente até antes do final de junho terão recuado até 2,0% ao ano. Pelo menos é isso o que reflete o mercado futuro dos juros americanos, o que aumenta as apostas no enfraquecimento do dólar em relação às outras moedas fortes. A opção do Fed deixa a inflação, hoje nos 4,3% ao ano, à solta no mercado americano, o que acrescenta outro motivo de rejeição ao dólar e aos ativos financeiros a ele amarrados. É verdade que a cada estertor do mercado os aplicadores voltam para o dólar. Mas essa não passa da reação do cachorro de Pavlov, que saliva apenas porque, como das outras vezes, soou a sineta. É reflexo automático, sem maiores considerações a eventuais mudanças nas condições de recompensa e castigo proporcionadas pelo mercado. Mas essa busca de refúgio no dólar já não deixa o investidor confortável como acontecia há alguns anos. Daí a persistente volatilidade do mercado financeiro, a despeito das mudanças das condições. Mas há novidade também por aqui. Tudo se passa como se o Banco Central do Brasil já não estivesse mais comprando dólares com o apetite de antes. Em janeiro, as reservas cresceram US$ 7,2 bilhões, mas, em fevereiro (até dia 25), apenas US$ 1,6 bilhão. Uma boa explicação para isso é a de que o Banco Central passou a usar o câmbio para ajudar a política monetária (política de juros). No quarto trimestre, a inflação em 12 meses medida pelo IPCA ficou mais forte. Foi de 4,19% em novembro para 4,46% em dezembro e daí para 4,56% em janeiro. Pelo diagnóstico do Banco Central manifestado no Relatório de Inflação e nas atas do Copom, está sendo provocada por uma demanda mais forte do que a prevista. Para evitar puxar os juros de volta e para recolocar os preços sobre os trilhos, o Banco Central preferiu ficar de fora do câmbio. A idéia é a de que o barateamento do dólar em reais aumente a concorrência do produto importado no mercado local e, assim, ajude a controlar a inflação. A derrubada do dólar não provocou nenhum efeito colateral devastador na economia brasileira. Não há a desindustrialização e o sucateamento do setor produtivo nacional que os dirigentes da Fiesp tão afoitamente profetizam há três anos. Ao contrário, a indústria brasileira nunca faturou tanto e há anos a confiança, refletida pelo avanço dos investimentos, não esteve em nível tão alto. Se nada de novo acontecer, o dólar continuará rolando morro abaixo. Confira Mais caro - Com o aumento do IOF, o spread do crédito ficou mais alto do que o esperado. Mas esse crescimento de custos não conteve o avanço do crédito. Em janeiro, o crescimento em 12 meses foi de 27,9%. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, fevereiro 27, 2008
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