O Estado de S. Paulo |
8/2/2008 |
Quando os generais se encontram em plena guerra é obviamente para falar da guerra. E, se os senhores do mundo econômico se reúnem em plena crise, obviamente, é para falar da crise e das eventuais saídas para ela. É o que vai ocorrer amanhã em Tóquio, no encontro dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do Grupo dos Sete (G-7, países mais ricos). Lá estarão autoridades dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, Inglaterra, França, Itália e Canadá. Os problemas são comuns. Mas parecem aumentar as divergências sobre como lidar com eles. Os Estados Unidos gostariam, por exemplo, de que os demais parceiros se juntassem ao governo americano e definissem um pacote comum de incentivos que garanta a expansão do consumo e contenha a recessão. A senha é: “Vamos aprender com essa crise e fazer a coisa certa.” Há dias, o presidente do Fundo Monetário Internacional, o francês Dominique Strauss-Kahn, juntou-se às autoridades dos Estados Unidos para pressionar os demais senhores do mundo a aceitar a proposta americana. Quarta-feira, o ministro das Finanças do Japão, Fukushiro Nukaga, avisou que entendeu a senha, mas avançou que não gosta da idéia: “Já aprendemos o que essas despesas fiscais podem significar depois do estouro da bolha...” Ele pareceu referir-se ao longo período de recessão acompanhado de deflação que a economia japonesa enfrentou nos anos 90 que nenhum pacote fiscal conseguiu reverter. Para os europeus, o risco maior ainda é o do estouro da inflação, embora ontem o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, se mostrasse mais preocupado do que habitualmente com a retração da atividade econômica e tenha passado sinal de que o BCE pode voltar a reduzir os juros, movimento que não acontece há cinco anos. Os europeus estão também especialmente preocupados com a desvalorização do dólar que, desde a última reunião do G-7, em outubro passado, perdeu 6,9% em relação ao iene japonês e 3,1% diante do euro. É o que encarece o produto europeu (e também o japonês) no mercado internacional e solapa suas exportações. Mas os dois lados reconhecem que a turbulência do mercado financeiro sempre tão carregado de paranóia não ajuda em nada a recuperação do setor produtivo. O próprio Trichet lembrou ontem que este é um fator que semeia incertezas, atrasa investimentos e contamina o ambiente da economia real. Nesse campo, não há consenso. Os europeus tendem a exigir regras mais duras para os bancos. Mas o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, teme que mais controles engessem o mercado. Para ele, os bancos apanharam tanto que aprenderam a lição. O Fórum de Estabilidade Financeira, organismo informal que reúne bancos centrais, reguladores do mercado e organismos internacionais, vai apresentar propostas de mais fiscalização das operações financeiras. A menos que muita coisa mude à última hora, o mais provável é que, como tantos outros, esse encontro se resuma a uma foto oficial, declarações frouxas e nenhuma perspectiva de coordenação política global para enfrentar mais racionalmente a crise. Confira
Mas foi concebido para ser um encontro informal, em que cada chefe de Estado pudesse dizer livremente o que estivesse pensando, sem patrulhas políticas de qualquer natureza. De lá para cá, esses encontros foram ampliados. Além das cúpulas, começaram a ser convocados encontros de dirigentes da área econômica. E se tornaram reuniões pesadas e pouco conseqüentes, para as quais cada dirigente carrega grande número de assessores. |
Entrevista:O Estado inteligente
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