Jornal do Brasil |
5/3/2008 |
Na cadência em que encrespa a troca de desaforos entre o presidente Lula e seu antecessor e desafeto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso os próximos capítulos do bate-boca deverão passar pelo juizado de menores e advertir os desatentos para retirar as senhoras da sala da TV e enxotar as crianças para o mais longe possível. Sem que se entenda o motivo, Lula mistura no mesmo tacho os auto-elogios com a recaída na exasperação da língua solta. Pisou na bola murcha do chulo, da qualificação severa do Aurélio, quando prometeu uma roda de porrada aos arrelientos desafetos. E empurrou FH para o palco para recitar o troco com trechos de irada veemência, em que sobrou moeda. O ex-presidente dedica seu tempo às palestras muito bem remuneradas pelos quatro cantos do mundo e procura manter o laço frouxo com seu partido e aliados. Ora, a CPI dos Cartões brotou no terreno adubado das denúncias de despesas indefensáveis de ministros e secretários para pagar contas de free shops e o aluguel de carro de luxo com motorista para passear em dias de folga. Se o governo não acode para apagar o foco de incêndio, a CPI dos Cartões seria instalada na quentura de fim de mundo. Mas, se está mesmo mordendo os dedos até arrancar sangue e pedaços de unha para o gol que empate o jogo com o seu antecessor, o próprio e principal alvo dá a fórmula simples e direta: "Todos os documentos pertinentes, deste e dos governos anteriores, estão nas mãos do próprio governo. Bastaria investigar, denunciar, punir e pronto". Se a pinimba de Lula fosse apenas com seu inimigo número 1, dava para entender. Mas a metralha dispara para todos os lados e atinge os três poderes. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio Mello, não pode ser acusado de poupar palavras nem de amortecer as críticas no revide aos reparos às suas decisões. No último pito ao governo, advertiu sobre a ilegalidade do anunciado propósito de aumentar os gastos com programas sociais neste ano eleitoral. A resposta de Lula vai além do destampatório para atolar na chulice de mandar o presidente do STF "meter o nariz apenas nas coisas dele" para não ficar dizendo sandices e renunciar à toga, disputar um mandato político para "falar as bobagens que quiser". Ora, a quem aproveita a desatinada abertura de frentes de atrito no segundo ano do mandato da reeleição e com eleições para prefeitos e vereadores? Lula não pretende calar opositores com ameaças não se sabe de quê. E, ao contrário, se o bom senso aconselha aos governantes manter o relacionamento respeitoso e cortês com o Judiciário e o Legislativo, este é o pior momento para as provocações da insensatez. A CPI dos Cartões vai começar com um monte de denúncias a investigar. Se a folgada maioria governista, com 16 das 24 vagas da CPI, assegura o controle das decisões, o palco com ampla cobertura de TVs, a começar pela TV Senado, da mídia com a carga cerrada de jornais e revistas, é o espaço perfeito para as evoluções do bloco da oratória oposicionista. Ninguém segura CPI se ela bate no ponto vulnerável da denúncia de roubalheira envolvendo o elenco do primeiro time do governo. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, março 05, 2008
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