Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, março 26, 2008

Aula magna de FHC sobre despesas sigilosas


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Aula magna de FHC sobre despesas sigilosas

De Fernando Henrique Cardoso sobre a divulgação de despesas sigilosas ou não da presidência da República e o uso de cartão de crédito corporativo:

- Eu fiquei constrangido com a forma. Por quê? Por exemplo, lá se diz o seguinte: não sei quantas, 100 garrafas de champanhe, eleições, dia 28 de dezembro. Ora, é mentira. No dia 28 de dezembro não tinha eleição. Provavelmente sabe o que ocorreu, não foi gasto meu, foi gasto protocolar. Houve uma recepção, da posse. É champanhe nacional. Isso aparenta para um publico maior, que não sabe do que se trata, 'tá tomando champanhe.

- Ou então, a Ruth (Cardoso, primeira-dama) gastou R$ 100 para comprar um não sei o quê numa visita à Colômbia. Não foi ela. Se alguém gastou, foi o cerimonial, que retribuiu um presente, coisa normal. Não é coisa pessoal. A maneira como aparece é que está errada. Não vamos fazer um cavalo de batalha. Eu acho que se eu fosse o presidente Lula, eu diria o que eu disse: 'olha venham ver o que eu fiz com o dinheiro, como é que foi gasto esse dinheiro'. Não tem problema nenhum. Abre, mostra, é melhor.

- Veja, eu não abri nada, [ as contas] sempre estiveram abertas . Aqui se criou uma noção equivocada. Não existe conta sigilosa ou secreta da Presidência da República, e tampouco são pessoais. Porque em coisa pessoal nunca houve dinheiro público. Não pode haver. Nem comigo nem com o presidente Lula. São contas do governo, são gastos do Palácio, contas protocolares. Está havendo uma grande confusão. Se houver dinheiro público para gasto pessoal, não pode, está errado.

- Que eu saiba, eu chequei isso com os meus ministros, não havia contas secretas por razões de segurança. Obviamente você não vai anunciar o que é que o presidente vai fazer, para onde é que ele vai, quem vai acompanhá-lo, é obvio. Outra coisa é, passado um tempo, essas contas são públicas. O que é gasto de segurança? É o deslocamento, é a comida, a alimentação dos seguranças. Não há segredo nisso. Naquele momento, obviamente, ninguém vai estar anunciando de antemão. Eu pessoalmente não vejo que haja matéria complexa nisso, desde que haja bom senso.


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