O Estado de S. Paulo |
6/3/2008 |
Geraldo Alckmin anda tão decidido a ser candidato a prefeito de São Paulo que nada do que se apresente a ele como obstáculo o abala. A preferência do governador José Serra pelo prefeito Gilberto Kassab? “Serra é um homem de partido, estará no meu palanque.” O risco da derrota para o PT se PSDB e DEM forem divididos à disputa? “Se não concorrer o candidato mais forte (ele mesmo), aí sim a chance será do PT.” A falta de discurso para enfrentar um oponente cuja administração é toda do PSDB? “O projeto é tucano, defendo, mas vou falar do futuro, porque o que interessa é o próximo mandato.” A divisão da máquina do partido e da máquina administrativa entre duas candidaturas com assento em ambas as canoas? “Uma coisa é governabilidade, outra é eleição, isso é problema do prefeito com as pessoas, não vou me envolver.” A desarticulação do projeto eleitoral para 2010? “Uma eleição não tem efeito sobre a outra.” Só em uma hipótese Alckmin diz que deixará de ser candidato. “Se o partido não quiser.” Como isso o partido não dirá - porque seus adversários internos resolveram não comprar essa briga -, segue o ex-governador por ora inabalável em seus planos de “prefeitar” São Paulo, jurando total indiferença à oferta da legenda para governador em 2010. “Se eu quisesse ser governador, não precisaria me candidatar a prefeito antes. Aliás, sou o único dos candidatos que poderia queimar essa etapa”, diz, mostrando pesquisas enviadas por diversos prefeitos, com registros de seu desempenho de 50%, 60%, 70% das preferências nas consultas feitas pelo interior para a próxima eleição ao governo do Estado. “O desafio das cidades é maravilhoso”, pontua, à guisa de justificativa para seu desejo de se eleger prefeito. A “maravilha” maior, segundo Alckmin, reside na proximidade com o cidadão que uma administração municipal propicia ao governante. “Os políticos estão preocupados com coisas que não interessam às pessoas. Elas querem é saber como suas vidas podem melhorar.” Alckmin não acha que as eleições municipais, nem a de São Paulo, servirão de prévia para 2010 ou de palco para embates entre governo e oposição em torno dos temas nacionais. “Claro que é importante eleger prefeitos, é uma base para a sucessão presidencial, mas a temática será local.” Ainda assim, o ex-governador paulista acha fundamental que PSDB e Democratas não percam de vista a identidade do adversário principal: “É o PT, é a vida dele que não podemos facilitar.” Aqui voltamos ao ponto inicial, a candidatura. Alckmin fala como candidato, age como candidato, mas trata de deixar uma porta aberta à possibilidade de uma aliança com o DEM no primeiro turno. “Nesta hipótese, alguém teria de abrir mão. Agora, também não somos, nem o Kassab nem eu, obrigados a seguir juntos desde o começo, já que com toda certeza estaremos juntos no segundo turno.” E se o prefeito crescer nas pesquisas e for com o PT à etapa final? “Qual é o problema? Vamos apoiar o DEM no segundo turno e quem apostar na divisão do PSDB vai perder.” Pela obstinação, frieza e capacidade de abstração da realidade, nada mais parecido com o pré-candidato do PSDB à Presidência da República em 2006 do que o postulante à candidatura do PSDB à Prefeitura de São Paulo em 2008. Oposição só Alckmin não é dos tucanos partidários da tese de que mais dia menos dia PT e PSDB estão fadados a se unir na política. A chance de isso acontecer, na opinião dele, é zero. E vai mais fundo: “Em 2010, Lula encerra um ciclo, não tem candidato natural.” Alckmin entende que os governadores de seu partido mantenham boas relações com o Palácio do Planalto e atribui só a essa circunstância a troca de um ou outro rapapé. “Fora isso, oposição tem que ter nitidez. Se quiser cumprir seu papel junto à sociedade, precisa ser oposição sem adjetivos, como ocorreu quando impôs ao governo uma derrota que deu ao País uma vitória, ao impedir a prorrogação da CPMF.” Colado A ameaça do PT de ir ao Supremo Tribunal Federal contra o ministro Marco Aurélio, alegando infração à Lei da Magistratura no alerta do presidente do TSE sobre a incompatibilidade entre as restrições da lei e a ampliação e criação de benefícios assistenciais em ano de eleição, não é um gesto à deriva. É tático. Faz parte da estratégia do partido de “grudar” no presidente Luiz Inácio da Silva como único caminho para tentar que o candidato petista - qualquer um - tenha condições competitivas em 2010. Marco Aurélio já fez manifestações semelhantes, e até mais contundentes, durante o processo eleitoral de 2006, e ao PT nunca ocorreu reagir judicialmente. Desta vez, achou por bem sustentar partidariamente a posição do presidente Lula. Ainda que não concretize a ação, fez um gesto político. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, março 06, 2008
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