O Estado de S. Paulo |
20/3/2008 |
Ontem, o mercado financeiro bateu impiedosamente nas commodities. Sofreram fortes quedas de preços: petróleo, metais, soja, milho, café e ouro. Por tabela, ações de empresas amarradas a commodities e matérias-primas, como Petrobrás e Vale, apanharam do começo ao fim do pregão. (No Entenda, você tem uma noção simplificada do que sejam commodities.) A crise econômica nos Estados Unidos começou em meados de junho do ano passado, mas até agora esse segmento parecia vacinado contra ela. Seus preços não pararam de subir ou tiveram baixas leves. Pareciam comprovar que a economia mundial continuava com fome e sede de matérias-primas e, por isso, não apostava na recessão. Ontem, o tombo das cotações fugiu das características dos últimos 12 meses. Há algumas semanas, analistas desconfiavam de que o mercado de commodities estava sendo objeto de nova bolha financeira. Por esse diagnóstico, os investidores não tinham para onde ir e se agarraram ao que ainda estava bombando, graças à forte demanda assegurada pelas economias da Ásia, especialmente da China e da Índia, que não dão mostras de enfraquecimento. Outros preferiam dizer que o fato mais importante é a queda do dólar nos mercados de câmbio. E que, assim, passaram a ser necessários mais dólares para comprar a mesma quantidade de produto cotado em dólares. Até agora, não há sinais de que as economias asiáticas estejam abrindo o bico. Todas as projeções apontam forte crescimento, talvez não tão fantástico quanto o dos últimos três anos, mas na faixa dos 8% a 10%. É que a produção desses países (China incluída) não está predominantemente voltada para as exportações, mas para o consumo interno. No caso dos alimentos, o aumento da procura não tem a ver apenas com o fato de que chineses e indianos estejam comendo mais e melhor. Está relacionado, também, com a grande utilização de milho para a produção de etanol nos Estados Unidos. Isso parece indicar que a demanda física por commodities pode ser maior este ano do que foi no ano passado. Os reajustes de quase 70% nos preços do minério de ferro, produto que não é objeto de especulação pelos fundos de hedge e de investimento, parecem reforçar essa posição. A baixa desta semana pode ser conseqüência conjugada de três movimentos: (1) da percepção de que a economia americana está entrando em recessão, o que deve reduzir a demanda por matérias-primas; (2) da idéia de que a queda dos juros nos Estados Unidos vai trazer alívio suficiente aos mercados a ponto de dispensar portos seguros, como o segmento de commodities passou a ser considerado; ou, (3) simplesmente, da necessidade de venda de posições por parte de fundos de hedge e de investimentos que precisaram de recursos para cobrir saques de seus cotistas. Apenas nas próximas semanas será possível ter uma idéia melhor do que acontece. De qualquer maneira, vai ficando claro que também esse mercado está sujeito a guerras entre comprados e vendidos e, portanto, à forte volatilidade de preços, o que aumenta a dificuldade de previsão dos exportadores brasileiros e pode castigar as receitas nacionais com exportações.
Commodities são matérias-primas que se caracterizam por certa homogeneidade física e cujos preços são formados diariamente nas bolsas internacionais de mercadorias. Madeira, cristais de quartzo e borracha são matérias-primas, mas não são commodities. Além das citadas no comentário ao lado, são commodities: derivados de petróleo, açúcar, trigo, algodão, alumínio, zinco, estanho, cobre e prata. Mas há matérias-primas que, embora homogêneas ou quase isso, também não são negociadas em bolsa, como ácido sulfúrico, minério de ferro e cimento. |
Entrevista:O Estado inteligente
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