O Estado de S. Paulo |
5/3/2008 |
Esta coluna ficou devendo ontem o ponto de vista que defende a continuação da atual operação de formação de reservas. Essa posição tem uma importância especial porque é sustentada pelo economista Alexandre Schwartsman, hoje no ABN Amro Bank, que era o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central entre os anos de 2003 e 2006, período em que começou e se intensificou a formação de reservas no Brasil. Para ele, não basta que as reservas brasileiras tenham zerado a dívida externa. É preciso que cubram o principal risco externo, que é a atual dependência das receitas provenientes da exportação de commodities. Schwartsman parte do fato de que há pelo menos 30 anos se observa a correlação estreita (hoje de 93%) entre preços mundiais de commodities e preços médios das exportações brasileiras. Como o Brasil é uma economia fechada (exportações de apenas 14% a 15% do PIB), só há crescimento econômico de alguma importância quando ocorre expansão do consumo interno. Ora, a expansão do consumo interno exige aumento das importações e essa é outra relevante correlação. E, para garantir aumento das importações sem jogar as contas externas no vermelho, é preciso garantir fortes receitas com exportação. O problema - aponta ele - acontecerá no momento em que uma crise global derrubar os preços das matérias-primas e as receitas com exportações já não conseguirem dar cobertura para o aumento das despesas com importação: “O maior risco é o de que uma forte queda dos preços das commodities force o País a reduzir subitamente as importações e, portanto, o crescimento.” O problema não ficaria só nisso. Sem reservas suficientes para dar conta da necessidade extra de importar, o dólar voltaria a subir, essa alta provocaria inflação e o Banco Central seria obrigado a puxar os juros que, por sua vez, ajudariam a abortar o crescimento econômico. Para Schwartsman, mais do que superar a dívida externa líquida brasileira, as reservas deveriam cobrir o aumento de custo de toda a dívida pública que adviesse da alta dos juros e da desvalorização do real. E conclui que é preciso acumular mais alguma coisa entre US$ 35 bilhões e US$ 40 bilhões em reservas. Ou seja, o processo de ampliação das reservas só deve parar quando elas atingirem entre US$ 230 bilhões e US$ 235 bilhões. Schwartsman não chega a questionar a probabilidade de que aconteça a hipótese pessimista que fundamenta seu ponto de vista: a de que um cataclismo econômico derrube inexoravelmente os preços das matérias-primas. É claro que uma recessão global poderia, em princípio, provocar certa queda de preços. Mas parece improvável que tenha longa duração. O desenvolvimento dos emergentes da Ásia parece assentado em forte importação de commodities porque eles não dispõem nem de energia, nem de alimentos, nem de matérias-primas suficientes para sustentar seu crescimento. Isso sugere que essa forte dependência (deles e não nossa) sustente por muitos anos o aumento da demanda por commodities e, por isso, mantenha elevados seus preços.
Confira Seguro - O economista Antonio Correa de Lacerda defende a continuação das compras de dólares “até pelo menos US$ 250 bilhões”. Não se pode olhar para custos. Trata-se de indispensável seguro contra crises. Argumenta que não se trata de imitar os emergentes que optaram por manter grande volume de reservas. Trata-se de assegurar para o Brasil a vantagem obtida por eles: “A realidade empírica tem mostrado que os países que têm reservas elevadas e proatividade na área cambial têm também mais autonomia na política econômica doméstica.” |
Entrevista:O Estado inteligente
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