O Estado de S. Paulo |
5/3/2008 |
Dizer que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pisa em ovos quando o assunto é a eleição municipal talvez não traduza a realidade com exatidão. É mais que isso: Kassab parece pisar em ovos feitos de cristal. Não assume a candidatura dada como certa tanto por seu partido, o DEM, como pelo PSDB, quase que apela ao interlocutor para que compreenda a delicadeza da situação, mas, quando convidado a dizer o que poderia levá-lo a desistir de ser candidato, é assertivo: “Hoje não vejo nenhuma razão.” Ao contrário, tudo conspira no sentido da confirmação. “Tenho vontade de ser candidato, estou feliz de ser prefeito, acho que a cidade está satisfeita, e é a oportunidade ideal para disputar”, diz. Então, qual é a complicação? Toda do mundo. É o candidato predileto do governador José Serra, cujo partido apresentará também uma candidatura (de Geraldo Alckmin), que não poderá ser de oposição, dado que a administração municipal de São Paulo é quase em sua totalidade composta por integrantes do PSDB. Kassab deve a Serra, de quem foi vice, o cargo de prefeito, mas também se sente credor da lealdade que empresta ao PSDB e, ao mesmo tempo, não pretende romper os laços que o ligam ao governador. Não pode fazer nenhum movimento precipitado, mas também não pode deixar de demarcar espaço. Fica ali, no meio do caminho, dizendo que não há decisão tomada, que torce “pela aliança”, mas que uma desistência poderia ocorrer apenas no caso de a candidatura dele “prejudicar a cidade”. Que tipo de prejuízo? “Não saberia citar.” Portanto, o que se tem por ora é uma questão política a ser resolvida, o que fica claro na pergunta que Gilberto Kassab repete com insistência num dos raros momentos em que se permite raciocinar sobre a hipótese de se oficializarem as duas candidaturas. “Se o Serra for para o programa eleitoral do Geraldo, como é que eu fico?” Mas, antes disso, há outra explicação para sua posição reticente: “E se eu disser agora que sou candidato, como é que fica o Serra?” Numa saia-justa, de fato. Tão apertada que tem evitado tocar no assunto de eleição com o governador. Por enquanto, seu patamar de entendimento é com o próprio Geraldo Alckmin. Inclusive para ajudar Serra a se manter o mais longe possível - como se fosse possível - de uma encrenca de boas proporções. Alckmin e Kassab já tiveram uma conversa na qual fizeram um acordo de cavalheiros - nenhum dos dois assume enquanto o outro não assumir e ambos continuam trabalhando em prol da aliança. Nesta altura, claro, cada um pretendendo ocupar a cabeça da chapa, o que os leva a direções opostas. Há um novo encontro marcado para os próximos dias, onde não se definirá nada. Em tese, há três meses ainda até a decisão, porque as convenções serão em junho. Na prática, entretanto, as coisas não funcionam assim. Não existe tanto tempo disponível, até porque o DEM e o PSDB, cada um de seu lado, já tratam de apresentar as candidaturas como questões vencidas. Alckmin não pode esperar tanto para anunciar sem correr o risco de ver Kassab subir nas pesquisas e assim ameaçar seu principal ativo, que é a atual dianteira. O prefeito, por sua vez, assim que o ex-governador oficializar a decisão, não pode demorar a fazer o mesmo, sob pena de ver a máquina municipal, predominantemente tucana, correr para as águas do oponente. Programa mínimo Fernando Gabeira pretende transformar em “pacto público’’ as três exigências que apresentou a PSDB, PV e PPS para emprestar seu nome a uma aliança na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro: não quer caixa 2 na campanha, não admite sujeira publicitária na cidade e, sobretudo, não aceita loteamento de cargos entre partidos no caso de vitória. Como na hora da conquista tudo vale, os pressupostos foram aceitos. Mas Gabeira sabe da fragilidade de um acerto desse tipo e, por isso, já incluiu a cláusula de denúncia pública a qualquer tempo, em caso de rompimento. A idéia dele é fazer da sociedade a protagonista da campanha e dos partidos, coadjuvantes. Instrumentos legais de sustentação de “um movimento social de salvação do Rio”. Lesa-humanidade Hugo Chávez no comando da farsa, Rafael Correa é flagrado dando abrigo às Farc em território equatoriano e Álvaro Uribe aparece como o grande vilão da história da mais recente turbulência na América do Sul. A entrada da Colômbia no Equador é um incidente diplomático, mas a atuação de um grupo de narcotraficantes, seqüestradores e assassinos ao abrigo de governantes que, para sustentar suas estratégias de poder, atacam o governante do país verdadeiramente agredido, merece a atenção do mundo e uma ação dos países democráticos e responsáveis da região. É na perspectiva de que de um lado está a legalidade e de outro a criminalidade que deve ser visto esse conflito. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, março 05, 2008
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