O Estado de S. Paulo |
7/3/2008 |
Certos analistas internacionais mostram crescente perplexidade diante da escalada dos preços das matérias-primas. A economia americana está às portas da recessão, ou seja, a atividade econômica global está se encaminhando para uma fase de paradeira ou quase isso. Assim, diante da perspectiva de desaceleração das linhas de produção, seria de esperar que empresas e intermediários também desacelerassem as compras de matérias-primas, fato que deveria provocar queda de preços. E, no entanto, as cotações das commodities não param de subir. (O gráfico ao lado diz muita coisa. Mostra o comportamento de um dos mais respeitados índices de preços de commodities.) Ontem, por exemplo, os preços do petróleo bateram novo recorde histórico. Chegou a ser negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) ao preço impressionante de US$ 105,97 por barril de 159 litros. Depois fechou a US$ 105,47. Mas a marca está cravada e isso muda as cabeças. Para esses analistas, apenas o consumo mais alto dos países emergentes, especialmente dos da Ásia, não explica todo esse galope. E eles se perguntam se esta não é obra dos especuladores ou, melhor dito, se não está aí a contraprova de que se vai formando nova bolha que terá o mesmo destino das outras. A propósito, a revista The Economist desta semana termina uma análise sobre o assunto com o veredicto do Citigroup: “O colapso de uma bolha freqüentemente lança as sementes da próxima.” Esse ponto de vista explica a disparada como conseqüência da ação dos investidores internacionais que saíram do mercado imobiliário americano e passaram a despejar dinheiro nas commodities. O pressuposto é o de que um movimento especulativo vai inchando os preços que mais cedo ou mais tarde estourarão como outra bolha qualquer. Não há dúvida de que há mais players no mercado. Mas concluir a partir daí que há nova bolha sendo assoprada é ir longe demais. Os tais especuladores não estão concentrados apenas na ponta compradora do mercado. Estão também no lado vendedor. Em segundo lugar, a alta não se restringe às commodities. Esta coluna já chamou a atenção para isso no último dia 24. Ela alcançou um grande número de matérias-primas cujos preços não são formados nas bolsas de mercadorias. Nenhum fundo de hedge está despejando seus bilhões na compra de minério de ferro e de ácido sulfúrico. E, no entanto, os preços desses produtos também estão disparando. Além disso, não há especulação que consiga sucesso se for contra os fundamentos do mercado. É possível por um curto período sustentar um movimento artificial de compra (ou de venda). Mas, tão logo a forçada de barra é identificada no mercado, surgem forças que apostam no fracasso do apostador anterior. Não é possível inventar demanda por petróleo, trigo, milho, soja, cobre e estanho que não esteja automaticamente comprometida com o consumo relativamente imediato, especialmente quando os estoques mundiais estão mais baixos, como agora. Enfim, é preciso argumento de mais peso para sustentar o ponto de vista de que a alta das commodities não passa de jogada especulativa. Confira O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, pede o estancamento da entrada de dólares porque “o câmbio se mostra insatisfatório para a manutenção das exportações” e porque “tem aumentado as importações de produtos não recomendáveis”. No entanto, as exportações crescem a 20,5% ao ano. E as importações em 12 meses atingiram US$ 130 bilhões, ou 9,5% do PIB brasileiro. Além disso, importações indesejáveis se evitam com tarifas aduaneiras e não com câmbio. Se é para barrar a entrada de dólares, é preciso arrumar argumento melhor do que esses. |
Entrevista:O Estado inteligente
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sexta-feira, março 07, 2008
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