Entrevista:O Estado inteligente

sábado, fevereiro 09, 2008

VEJA Recomenda

TELEVISÃO

Damages (Terças, às 21h, no AXN) – Na primeira cena de Damages, uma mulher seminua e ensangüentada sai em desespero pelas ruas de Nova York. Aos poucos, descobre-se quem é a infeliz: uma jovem no meio do fogo cruzado entre sua chefe, a brilhante advogada Patricia Hewes (Glenn Close), e o bilionário corrupto Arthur Frobisher (Ted Danson). O que nunca fica claro nessa série é quem está do lado do bem ou do mal: a cada reviravolta na história (que tem entre seus criadores Todd A. Kessler, também de Família Soprano), mais se revela que ninguém ali é santo. Calcada na ambigüidade, Damages é o maior sopro de renovação nos suspenses de tribunal da TV desde o surgimento de Law and Order, nos anos 90. E, com a abjeta Patricia, Glenn Close acrescenta mais um tipo impagável a seu currículo de personagens perversas.

DISCO

Dirk Waen/AFP
John Fogerty: o vozeirão do "rock do pântano" ataca de novo

Revival, John Fogerty (Universal) – O americano John Fogerty despontou nos anos 60, à frente do Creedence Clearwater Revival. Em 35 anos de carreira-solo, o cantor e guitarrista manteve-se fiel ao estilo que consagrou sua banda. É o que se costuma chamar de "swamp rock" (ou "rock do pântano"), uma amálgama de rock e ritmos tradicionais do sul dos Estados Unidos, como a cajun music e o zydeco. As doze canções de Revival não fogem à receita. Temperado pela guitarra distorcida e pelo vozeirão anasalado de Fogerty, o CD vai das baladas à música country. Em Long Dark Night, o cantor critica o presidente americano George W. Bush. Em Creedence Song, afirma – sem falsa modéstia – que não há trilha melhor para conquistar garotas que as músicas de seu antigo conjunto.

LIVROS

Paris Não Tem Fim, de Enrique Vila-Matas (tradução de Joca Reiners Terron; Cosac Naify; 248 páginas; 45 reais) – O espanhol Vila-Matas roubou o título desse romance de um dos capítulos de Paris É uma Festa, livro de memórias do americano Ernest Hemingway. E, já no início de Paris Não Tem Fim, o protagonista vai à Flórida para participar, com uma barba postiça, de um concurso de sósias de Hemingway – mas é desclassificado por não ter a mínima semelhança com o original. Como em Bartleby e Companhia ou O Mal de Montano, o tema da literatura de Vila-Matas é a própria literatura – que ele trata com a devida ironia. Paris Não Tem Fim tem um certo tom autobiográfico, relembrando o período em que o escritor (tal como seu ídolo, Hemingway) tentava viver e escrever na capital francesa. Leia trecho.

Dirk Waen/AFP
Chesterton: uma defesa apaixonada da religião

Ortodoxia, de G.K. Chesterton (tradução de Almiro Pisetta; Mundo Cristão; 264 páginas; 19,90 reais) – Escritor prolífero, o inglês G.K. Chesterton (1874-1936) entrou para a história da literatura policial com os contos do padre Brown, divertido dublê de detetive e sacerdote. Também foi um vigoroso polemista, sempre em defesa de sua fé cristã. Publicado em 1909, Ortodoxia é a melhor síntese de seu pensamento sobre a religião. Chesterton exulta com a alegria que dizia encontrar na fé – e, com irreverência, critica adversários do cristianismo, como o conterrâneo H.G. Wells ("Muitos romancistas representaram a Terra como sendo perversa. Mas o sr. Wells e sua escola tornaram perversos os céus") e o filósofo alemão Friedrich Nietzsche ("Ele sabia escarnecer, embora não soubesse rir").

CINEMA

A Morte de George W. Bush (Death of a President, Inglaterra, 2006. Estréia nesta sexta no país) – Esse falso documentário bancado pela TV inglesa é bem mais sóbrio do que seu título apelativo sugere: o que ele faz é imaginar a investigação que se seguiria a um atentado fatal contra o presidente. No entrecho montado pelo diretor Gabriel Range, Bush é ferido durante um protesto popular, em Chicago, em 2007. Entre os detidos estão um ex-combatente no Iraque e um imigrante de origem síria que tem no passaporte um carimbo do Paquistão – o qual emerge como o principal suspeito. O objetivo não é vituperar contra Bush (apresentado sob uma luz respeitosa por seus "assessores"), mas sim discutir o uso do "perfil racial" na caça a terroristas e ventilar a insatisfação que a guerra provoca entre parte dos americanos. Veja cenas.

DVD

A Estrela Imaginária (La Stella che Non C’È, Itália/França/Cingapura, 2006. Swen) – O excelente Sergio Castellitto é aqui Vincenzo Buonavolontà, engenheiro que percorre obstinadamente o caminho de um alto-forno vendido por sua fundição à China: o equipamento é antigo e tem um defeito, e Vincenzo teme que ele possa causar um acidente. Ou talvez ele esteja à procura de algum sentido para sua vida, já que não tem mulher, filhos, amigos e, agora, também não tem mais emprego. Acompanhado por Liu (a discreta e muito eloqüente Tai Ling), sua jovem intérprete, ele vai se embrenhando pela China, rumo a localidades remotas e inacessíveis. O tema do diretor Gianni Amelio, de As Chaves de Casa, é um clássico: a viagem ao desconhecido como uma jornada interior.

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