Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

A Prova São Paulo

HÁ QUEM , no meio universitário e sindical, ainda despreze as avaliações da qualidade do ensino que se multiplicam no país. Com a Prova São Paulo, o novo exame de português e matemática para os alunos da rede pública paulistana de 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries, não foi diferente. Qual a razão, indagam, de aplicar uma prova para saber o que de antemão já se conhecia, que o ensino é ruim?
Chega a ser espantoso ter de reafirmar, a esta altura do século 21, as vantagens do conhecimento sistemático, do tratamento estatístico, nas políticas públicas. Saber em que medida o ensino é ruim, em que regiões e faixas etárias a situação é mais crítica, onde estão os nichos de excelência, como o desempenho individual e coletivo evolui ao longo do tempo é um requisito indispensável para intervir na realidade.
No caso da rede paulistana, sabe-se agora, por exemplo, que 29% dos alunos da 2ª série (crianças de oito anos de idade) nem sequer conseguiram responder às questões; 14,6% ainda não foram alfabetizados, cifra que cai para 4% duas séries acima, indicando um percentual de alunos provavelmente perdidos pelo sistema.
A Prefeitura de São Paulo teve o cuidado de criar uma avaliação que complementa a Prova Brasil, exame nacional para a 4ª e a 8ª séries. Tendo mantido, também, a mesma base metodológica da prova federal, o exame paulistano tem a vantagem de abranger duas séries a mais e de permitir o conhecimento da nota individual de cada aluno -o detalhamento da prova federal só vai até a nota da escola.
Avaliar bem, obviamente, é apenas o primeiro passo para modificar o padrão de mediocridade que viceja no ensino paulistano. Atuar nos pontos críticos, ser capaz de recuperar em tempo hábil os alunos que rumam para o desastre educacional, é a parte mais difícil.

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