Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Eliane Cantanhede - Reprise



Folha de S. Paulo
14/2/2008

O governo Lula tem, para 2010, uma vitrine, um forte bloco de poder e um grande líder. Falta-lhe um nome.
A oposição tem dois grandes nomes, Serra e Aécio, e as vitrines de São Paulo e Minas. Falta-lhe um forte bloco de poder, com unidade interna no PSDB e sólida unidade com os aliados, como DEM e PPS.
O que é mais fácil? Forjar um nome ou sedimentar um bloco de poder? Considerando-se o cenário atual, parece que é fazer um nome. Lula testa Dilma.
Serra, considerado o candidato mais consistente da oposição, enfrenta desde já sérios obstáculos, que começam em São Paulo, chegam a Minas e alastram-se para outras regiões do país. Ontem, seu candidato a líder na Câmara, Arnaldo Madeira, perdeu para o de Aécio e Alckmin, José Aníbal. E perdeu feio. Foi São Paulo contra São Paulo, com uma curiosidade: Madeira, "homem de Covas", foi da Casa Civil de Alckmin por mais de três anos.
A decisão, aparentemente insignificante no conjunto, mostra quanto dura será a corrida de obstáculos de Serra, que enfrentará três turnos se quiser ser presidente da República.
Nas eleições municipais, o desenho é PSDB contra PSDB. Alckmin deve ser o nome oficial do partido, e Kassab, do DEM e ponte com os "demos", tem Serra e governa a prefeitura com 80% de tucanos.
Na convenção para a escolha de presidente, Serra terá de enfrentar Aécio, com Minas e parte do Nordeste por trás, e Alckmin, com parte da própria São Paulo por trás. Como ontem, tudo indica que Aécio-Alckmin é uma dobradinha que vem para ficar.
Se der Serra, ele já chegará à eleição enfrentando a força do governo federal, de Lula e do bloco governista. E ilhado pelos náufragos da eleição municipal e da convenção. Vida de oposição já é difícil. A de Serra pode ficar de amargar.

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