O progresso é um destruidor de profissões e atividades econômicas - observou um economista consagrado: Joseph Schumpeter (1883-1950).
Já não há mais acendedores de lampiões, telegrafistas, limpadores de chaminés. Até mesmo os carregadores de malas nos aeroportos e nas estações ferroviárias estão em extinção. E é também esta a ameaça que paira sobre a ainda forte atividade das agências de viagens, que exibe 3 mil empresas cadastradas na Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav) e abocanha boa fatia do mercado de Turismo no Brasil. Este faturou no ano passado cerca de US$ 4,9 bilhões, que correspondem a um crescimento de 14,8% sobre o obtido no ano anterior.
Os pacotes de lazer e passagens aéreas, reservas em hotéis e serviços turísticos estão sendo cada vez mais contratados diretamente, entre fornecedores e clientes finais, por meio do computador ou, mais particularmente, pela internet.
É um novo hábito estimulado pelas companhias aéreas e redes de hotéis, em nome da indispensável redução de custos, pois elimina pessoal de atendimento e, mais importante, corta a comissão de vendas repassada às agências, como observa o professor Adonai Teles, do Núcleo de Turismo da Fundação Getúlio Vargas.
Esse processo de esvaziamento está se apropriando de uma designação até recentemente exclusiva do mercado financeiro: "desintermediação".
O especialista Antônio Almeida, da consultoria AT Kearney, observa que "o uso da internet tornou mais segura e mais barata a relação entre usuário e empresa que oferece o serviço". Ele cita o caso dos sites de hotéis de todo o mundo, que permitem a reserva de diárias online e oferecem descontos e pacotes para múltiplos gostos. O resultado são preços mais baixos para o usuário final e aumento da margem de lucro dos fornecedores.
"A desintermediação, no entanto, gera conflitos complexos, porque ameaça uma relação consolidada anos a fio, entre fornecedores e agentes de viagem, calcada em interesses construídos com altos investimentos", explica Teles. Daí o conflito armado entre as agências, de um lado, e companhias aéreas e empresas de hotelaria, de outro.
A Abav garante que cerca de 80% das passagens aéreas vendidas no Brasil ainda são comercializadas pelos agentes de viagem. O mercado nacional em 2007 registrou 49,9 milhões de desembarques nacionais e 6,4 milhões de desembarques internacionais e está em ascensão. É o que ainda garante um bom resultado para as agências.
Mas as coisas estão mudando. Desde janeiro, as passagens compradas diretamente do site da TAM estão isentas da comissão da agência. E as outras operadoras vão na mesma direção. "As aéreas precisam entender que o comissionamento é o pagamento de um serviço prestado pelos agentes", esperneia o presidente da Abav, Carlos Alberto Amorim Ferreira.
Embora não sirva de consolo, as agências de viagem não estão sozinhas. Qualquer setor que trabalhe com intermediação de informações, como o de corretores de seguros, enfrenta a sina verificada por Schumpeter.
E qual é a saída? "Os bons agentes têm de se reinventar por meio da internet", recomenda Teles.
Já não há mais acendedores de lampiões, telegrafistas, limpadores de chaminés. Até mesmo os carregadores de malas nos aeroportos e nas estações ferroviárias estão em extinção. E é também esta a ameaça que paira sobre a ainda forte atividade das agências de viagens, que exibe 3 mil empresas cadastradas na Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav) e abocanha boa fatia do mercado de Turismo no Brasil. Este faturou no ano passado cerca de US$ 4,9 bilhões, que correspondem a um crescimento de 14,8% sobre o obtido no ano anterior.
Os pacotes de lazer e passagens aéreas, reservas em hotéis e serviços turísticos estão sendo cada vez mais contratados diretamente, entre fornecedores e clientes finais, por meio do computador ou, mais particularmente, pela internet.
É um novo hábito estimulado pelas companhias aéreas e redes de hotéis, em nome da indispensável redução de custos, pois elimina pessoal de atendimento e, mais importante, corta a comissão de vendas repassada às agências, como observa o professor Adonai Teles, do Núcleo de Turismo da Fundação Getúlio Vargas.
Esse processo de esvaziamento está se apropriando de uma designação até recentemente exclusiva do mercado financeiro: "desintermediação".
O especialista Antônio Almeida, da consultoria AT Kearney, observa que "o uso da internet tornou mais segura e mais barata a relação entre usuário e empresa que oferece o serviço". Ele cita o caso dos sites de hotéis de todo o mundo, que permitem a reserva de diárias online e oferecem descontos e pacotes para múltiplos gostos. O resultado são preços mais baixos para o usuário final e aumento da margem de lucro dos fornecedores.
"A desintermediação, no entanto, gera conflitos complexos, porque ameaça uma relação consolidada anos a fio, entre fornecedores e agentes de viagem, calcada em interesses construídos com altos investimentos", explica Teles. Daí o conflito armado entre as agências, de um lado, e companhias aéreas e empresas de hotelaria, de outro.
A Abav garante que cerca de 80% das passagens aéreas vendidas no Brasil ainda são comercializadas pelos agentes de viagem. O mercado nacional em 2007 registrou 49,9 milhões de desembarques nacionais e 6,4 milhões de desembarques internacionais e está em ascensão. É o que ainda garante um bom resultado para as agências.
Mas as coisas estão mudando. Desde janeiro, as passagens compradas diretamente do site da TAM estão isentas da comissão da agência. E as outras operadoras vão na mesma direção. "As aéreas precisam entender que o comissionamento é o pagamento de um serviço prestado pelos agentes", esperneia o presidente da Abav, Carlos Alberto Amorim Ferreira.
Embora não sirva de consolo, as agências de viagem não estão sozinhas. Qualquer setor que trabalhe com intermediação de informações, como o de corretores de seguros, enfrenta a sina verificada por Schumpeter.
E qual é a saída? "Os bons agentes têm de se reinventar por meio da internet", recomenda Teles.