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Um dos pontos centrais na discussão sobre os novos modelos de difusão -o pano de fundo em que entra, também, a questão da TV digital- é o desenvolvimento da indústria do audiovisual no país.
Na recente polêmica sobre as verbas da cultura -em que se envolveram Ferreira Gullar e Caetano Veloso e, depois, os cineastas tradicionais-, passou despercebido um ponto fundamental: está ocorrendo uma troca de guarda no cinema. A discussão ocorrida parece ter sido o último vagido de uma geração que está sendo superada pelos novos ventos.
Hoje em dia, há dois grupos bem definidos de cineastas brasileiros. Há a nova geração, que surge no rastro da diversificação e da modernização da economia e trabalha a economia do audiovisual. São pequenas ou médias empresas que atuam no mercado, que fazem filmes, mas, nos intervalos, produzem clips e comerciais, sabem tratar com fundos de investimento nacionais e internacionais e entendem a nova economia do cinema.
É a geração de Fernando Meirelles, Walter Salles, da empresa Conspiração (de Andrucha Waddington e outros). Esses produtores conseguem levantar recursos com fundos de capital de risco, tanto aqui como no exterior. Desde o início, pensam o filme como um projeto integrado. Hoje em dia, 50% do faturamento de um filme já vem da venda de DVDs. Há filmes que conseguem faturamento maior com a trilha sonora do que com a própria bilheteria. Se a legislação obrigasse as redes abertas e as pagas a adquirir parte da produção regionalmente ou de produtores independentes, esse mercado se ampliaria sensivelmente. Há pelo menos cinco mercados estaduais, com condições econômicas de emissoras afiliadas gerarem produção local -Bahia, Pernambuco, Brasília, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
A relação com os fundos de investimento exige total profissionalismo por parte dessas produtoras. Esses fundos exigem estudo de viabilidade, colocam um produtor associado, incumbido de acompanhar a aplicação do dinheiro, analisam o retrospecto do diretor ou da produtora.
Na outra ponta, há a velha guarda, pessoal que sempre contou com apoio oficial e, por isso mesmo, descuidou-se de aprender os novos modelos de negócios -pessoas respeitáveis, mas desatualizadas, como Luiz Carlos Barreto, Zelito Vianna, Daniel Filho, que só fazem cinema e, em seus filmes, exploram uma única forma de faturamento, além de verbas oficiais: os ingressos.
Há claramente uma troca de guarda na área, que passou a ficar mais explícita nesse bate-boca das últimas semanas. A velha guarda não tem diálogo com o capital de risco, porque não conhece a sua língua. Por isso ficou excessivamente dependente de verbas oficiais, de patrocínios oficiais e de incentivos fiscais.
O modelo adequado de desenvolvimento da indústria do audiovisual está no fortalecimento das produtoras, como centros de negócio e de crescimento sustentado. Ou seja, um choque de capitalismo para o setor. É curioso que, antenado com a contemporaneidade, Caetano Veloso não tenha se dado conta desse novo quadro.
Entrevista:O Estado inteligente
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