Entrevista:O Estado inteligente

domingo, março 23, 2008

CLÓVIS ROSSI O mosquito continua igual

SÃO PAULO - 0Na campanha eleitoral de 2002, o lulopetismo colou no adversário José Serra o rótulo de "ministro da dengue".
Cinco anos e três meses de lulopetismo depois, mudou o foco: o culpado pelo novo surto já não é o ministro, mas o prefeito, no caso o prefeito do Rio de Janeiro, principal foco da doença.
O que não mudou foi o mosquito, firme e forte. Também não mudou a mania lulopetista (e, mais amplamente, brasileira) de fugir para a frente, culpando sempre os outros por todos os problemas, erros, ineficiências e corrupções. É bem capaz de aparecer algum debilóide com a teoria de que foi a "mídia golpista" que soltou os mosquitos.
Outra coisa que não mudou: o profundo subdesenvolvimento do país, apesar de uma certa confusão interessada em tentar fazer crer que 5,4% de crescimento, que o aumento do crédito, que a expectativa de "investment grade" -que tudo isso são sinais de desenvolvimento.
São, sim, bons sinais, mas desenvolvimento é muito mais: é evolução na saúde (que o novo surto da dengue desmente), na educação (que todos os testes, nacionais e internacionais, desmentem), na segurança pública (que o noticiário cotidiano desmente), e o vasto etc. que todo mundo conhece.
Por falar em segurança pública, esta Folha mostrou ontem que os policiais militares de São Paulo morrem mais em "bicos" do que no serviço policial propriamente dito.
Traduzindo: o Estado é incapaz de oferecer segurança, o que leva à contratação de seus agentes para tentarem dar a segurança que, como policiais, não conseguem. E eles são mortos na tentativa.
Resumo da ópera: o Brasil é governado há 13 anos e três meses por tucanos e petistas. Treze anos perdidos em copiar um ao outro, sem dizer, claro, que há cópias, e em culpar um ao outro quando as cópias não dão certo. O mosquito e o crime agradecem.

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