Buffett aposta na alta da moeda brasileira e fica ainda mais bilionário
Julia Duailibi
A revelação de Buffett atiçou as críticas da turma que credita a valorização do real a certo artificialismo suicida do Banco Central brasileiro. Balela. O problema não está na sobrevalorização do real, mas na desvalorização do dólar. O próprio Buffett contou ter abocanhado, desde 2001, 2,3 bilhões de dólares comprando outras moedas como dólares canadenses e australianos – sinal de que existe algo de novo no cenário econômico mundial. Há outros sintomas disso. Os empresários de países emergentes vêm ampliando seu espaço no clube do bilhão. Dos 226 novos bilionários que surgiram em um ano, 82 vieram da Rússia, da China e da Índia. O mais rico entre todos os emergentes, o mexicano Carlos Slim subiu ao segundo posto do ranking, ultrapassando Bill Gates. Existem dezoito brasileiros na lista da Forbes, dois a menos que no ano passado. Antônio Ermírio de Moraes, dono da Votorantim, teria a maior fortuna brasileira, com 10 bilhões de dólares. Ele pulou da 226ª para a 77ª posição, ultrapassando Joseph Safra, o líder no ano passado. Uma das novidades é o empresário Eike Batista, cujos negócios na área de mineração lhe renderam 6,6 bilhões de dólares – Batista já havia se autodeclarado o homem mais rico do Brasil, com 16,6 bilhões de dólares, 10 bilhões a mais do que lhe credita a Forbes. A presença de brasileiros encolheu devido à exclusão dos quatro integrantes da família Constantino, dona da Gol, cuja fortuna decresceu com o impacto do caos aéreo na cotação das ações da empresa. Ao todo, há no mundo 1.125 bilionários – na lista anterior, constavam 946 nomes. Pela primeira vez, dois negros de origem africana entraram no ranking (o sul-africano Patrice Motsepe e o nigeriano Aliko Dangote). Sinal de que o capitalismo vai multiplicando fortunas.