Ainda não dá para apostar um saque de ministro com o cartão de crédito corporativo em quem vencerá a corrida de obstáculos para instalar a CPI para investigar o último escândalo da coleção dos dois mandatos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No plenário às moscas da Câmara e do Senado, com intensa e nervosa movimentação nos corredores e nos gabinetes, a excitação dos líderes na caça de assinaturas no simples e protocolar "requerimento" no cabeçalho das listas, com o jamegão dos ilustres representantes do povo, provocou o encaixe do entreato burlesco, que amenizou a tensão do singular espetáculo no palco em que o governo disputa com a oposição, a iniciativa da instalação de uma CPI chapa-branca, com a presidência e o relator indicado pela maioria situacionista para investigar as denúncias de saques marotos para pagar despesas de aquinhoados com o cartão de acesso aos cofres da viúva. Não foi o último ato do espetáculo chinfrim da peça com o enredo da luta do governo para se auto-investigar, como quem espreme cravos no rosto diante do espelho. Convém esperar pelo desfecho nos capítulos finais, programados para a próxima semana. Mas, para não perder nada do entrecho novelesco, é indispensável acompanhar a patuscada desde os primeiros capítulos. Ou o seu resumo, com destaque para a sucessão de emoções da semana. E que terminou com o aviso ao distinto público que na próxima serão exibidos os capítulos finais do primeiro ato. Entre os principais personagens da novela parlamentar, o destaque para o presidente do Senado, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), e para o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), a quem coube o papel de protocolar na Mesa do Senado, o requerimento da criação da CPI oposicionista, com o apoio de 134 parlamentares da oposição e 84 da bancada governista, além de seis senadores e deputados independentes. Parece mesmo coisa de circo mambembe do interior, sem o toque de ingenuidade e a dedicação do elenco reduzido e que o tempo da televisão e da internet acabou de enterrar. Durou menos que um piscar de olhos a euforia da oposição. No fim da tarde de quinta-feira, 14, o atento presidente, senador Garibaldi Alves, advertiu aos autores do requerimento que rejeitara as assinaturas dos 35 senadores: por um cochilo de redação, na lista dos senadores, o cabeçalho registrava "apoiamento", em vez do regimental "requerimento". Miçangas que complicam o andamento do papelório de uma Casa tão cuidadosa do respeito às normas regimentais. Atenção que o melhor do capítulo começa com a instantânea reação do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder da bancada do seu partido, que decidiu desafiar o tempo e iniciou uma desabalada correria pelos corredores e gabinetes para coligir novas assinaturas de senadores. Já noite fechada, protocolou na Mesa do Senado a nova lista com 28 assinaturas de senadores. Bem, e agora? Estamos apenas no começo, o melhor está por vir e promete emoções para o resto do ano ou, pelo menos, até o fim do período útil de um ano de eleições municipais para prefeitos e vereadores, a base de apoio de senadores, deputados federais e estaduais, O governo não recua um passo na sua obstinada decisão de impor as normas regimentais que asseguram, à maior bancada e à segunda em número de senadores ou deputados, o direito de indicar o presidente e o relator das CPIs. A oposição reage com o argumento ético de transparente evidência: uma CPI chapa-branca, controlada pelo governo com a indicação do presidente e do relator, será uma pantomima que arrastará o Congresso para o ridículo. E que vai resistir apelando para todos os recursos, além dos extremos regimentais. O senador Arthur Virgílio repete que a oposição retrucará com uma CPI do Senado, onde é maioria. E, na CPI governista, cutucará o constrangimento da maioria governista, convocando para depor a ex-ministra Matilde Ribeiro, que se demitiu da Secretaria da Igualdade Racial, e os ministros Orlando Silva, do Esporte, e Altemir Gregolin, da Pesca, todos personagens do escândalo dos saques e pagamento de contas de despesas pessoais com os cartões de crédito corporativo. Correndo por fora, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em mensagem à direção do PSDB, reiterou que não teme qualquer investigação sobre as despesas efetuadas pela Presidência da República durante os seus dois mandatos. As picuinhas que cruzam os ares, trocadas entre o presidente Lula e seu antecessor FH, ultrapassam os limites do bom senso e da compostura. Parece coisa de... Bem, deixa para lá. |
Entrevista:O Estado inteligente
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sábado, fevereiro 16, 2008
Villas Boas Correa A corrida de obstáculo das CPIs
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