Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, fevereiro 12, 2008

CPI – Os tucanos em dia de asnos

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As condições em que se vai instalar a CPI Mista dos Cartões Corporativos não poderiam ser piores para o país – e, em particular, para as oposições. Foi, para dizer pouco, um desastre. Vocês devem se lembrar: critiquei aqui, outro dia, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Em entrevista ao Estadão, defendeu duas bobagens: 1) que a CPI se estendesse também ao governo FHC; que os gastos da Presidência ficassem fora da investigação. E então escrevi: “Melhor CPI nenhuma do que uma CPI manca”.

Quem, no PSDB, permitiu que Sampaio negociasse esse desastre sozinho? Por que não foi a tempo impedido de fazer asneiras? Por que o governo FHC está sendo investigado? Qual é o fato determinado? Sampaio caiu no truque mais ordinário dos malandros, que o convocaram a provar que era o bom moço que nada temia. O governo acabou concordando com a CPI Mista e vai ficar com a relatoria e a presidência – além, claro, de ter a maioria dos membros.

Vocês entenderam: o escândalo dos cartões estoura no governo Lula, e Sampaio concorda – depois com o endosso do PSDB – em ir para uma CPI em que é minoria, sem relatoria e presidência, para investigar o governo FHC e o governo Lula. Data vênia: não é coisa de tucanos, mas de asnos. Não é um momento lindo e mágico da política? Dadas essas condições, quem vocês acham que vai se tornar o saco de pancadas? Por que não retroagir a Tomé de Souza? Alguma irregularidade deve ter havido...

Será a primeira CPI da história instalada para saber se existem motivos para instalar uma CPI... E, bem, prevaleceu a tese de não tocar nos gastos pessoais de Lula e de FHC... O jornalismo do bêbado e do equilibrista já decretou que tudo não passa de um acordo espúrio entre situação e a oposição, todos igualmente culpados etc e tal.

Espero que o DEM não compactue dessa porcaria. Deveria indicar seus membros na CPI e mantê-los lá, presentes, com um esparadrapo na boca.

Vergonha
O “jornalismo” dos “dualéticos” (a turma das duas éticas) e dos tocadores de tuba atinge, com esta CPI, o seu momento sublime. A tese é a de que o presidente Lula acenou para uma distensão com o PSDB. Ulalá! A distensão consistiu em criar uma variante do “dossiê fajuto” em São Paulo e em fazer uma CPI envolvendo o governo FHC sem que haja nem mesmo uma denúncia?

Nunca o papel viu antes, em letra impressa, misto tão extravagante de sabujice e estupidez.

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