Entrevista:O Estado inteligente

sábado, fevereiro 02, 2008

Clovis Rossi-Gastava bem a ex-ministra

LIUBLIANA - Todas as personagens do governo Lula envolvidas em escândalos, hoje como ontem, fogem para a frente. Ou não admitem o erro (caso dos mensaleiros, por exemplo), ou o atribuem a terceiros, como é o caso, agora, de Matilde Ribeiro, exonerada ontem da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial.
Diz ela que foi "induzida a erro".
Como assim, cara-pálida? Será que algum assessor apontou um revólver para a então ministra e obrigou-a a utilizar o cartão de crédito corporativo de forma indevida?
Não é fácil gastar R$ 171 mil em um ano com alimentação e aluguel de veículos, como alega Ribeiro. Dá algo em torno de R$ 14 mil por mês. Alimenta-se bem a nossa ex-ministra, não? Ou roda bastante com carro alugado. Ou faz as duas coisas ao mesmo tempo.
Posso dar testemunho pessoal de que R$ 14 mil por mês é muito, porque uso meu cartão pessoal de crédito para despesas que a Folha custeia quando estou viajando (hotel, alimentação, eventualmente aluguel de carro, passagens de trem ou de avião e assim vai). E minhas viagens são ao exterior, com custos, portanto, mais elevados.
Nunca cheguei perto de gastar R$ 14 mil nem mesmo somando despesas de três meses seguidos. Repito: gasto muito em hotéis, coisa que a ex-ministra não mencionou entre os gastos indevidos. Exemplo concreto: na cobertura do Fórum de Davos, na semana passada, gastei em alimentação o equivalente a R$ 775. Assim mesmo, pagando muito caro por dois almoços de trabalho, organizados pelo próprio Fórum a preço salgadíssimo (R$ 145 cada um).
Por fim, Matilde Ribeiro insinuou ter sido vítima de preconceito. Pode ser, mas não de raça. Preconceito por uma servidora pública graduada abusar dos privilégios de que gozam funcionários públicos graduados, inacessíveis a mortais não-funcionários nem graduados.

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