O GLOBO
Adiar para depois de março as prévias do PMDB não tiraria necessariamente o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, da disputa, embora ele venha afirmando isso, na tentativa de forçar a manutenção do calendário original. Ele pode se desincompatibilizar do governo no fim de março e partir para a campanha dentro do partido. Se não for vitorioso nas prévias, pode anunciar que será candidato à reeleição para o governo do Rio Grande do Sul.
Esta não é sua vontade no momento, pois em princípio é contra a reeleição. Está convencido de que o PMDB não tem futuro fora de ter uma candidatura própria. “Se ficar a reboque de outros partidos, vai cada vez mais se enfraquecer, cada vez mais com os rótulos de clientelismo e fisiologismo”.
Rigotto acha que o PMDB não pode continuar sem um projeto nacional, “sem bandeiras que minimamente unifiquem o partido”. Uma candidatura própria terá obrigatoriamente um projeto do PMDB, alternativo ao PT e ao PSDB, e pode devolver ao PMDB “aquilo que ele perdeu, sua identidade, sua cara própria. Acabar com essa imagem de um partido que ora está num governo, ora está em outro, que vai de acordo com o vento”.
O governador do Rio Grande do Sul está convencido de que qualquer outro candidato do PMDB que não seja Garotinho “vai sair com 2% a 3%, atrás dos outros candidatos nas pesquisas, mas com uma vantagem: surge como novidade nesse processo eleitoral”. Além disso, realça Rigotto, “esse candidato poderá utilizar a máquina partidária, que o PMDB tem e não sabe utilizar, não valoriza. Essa capilarização no Brasil inteiro: é o partido que tem o maior número de prefeitos, de vereadores, de governadores, a maior bancada do Senado e a segunda maior bancada da Câmara”.
Ele acha que o PMDB “tem lideranças que se preocupam com seus espaços, com os favores que recebem dos governos, isso não é de agora, e terminam rifando algo que é muito importante, que é o fato de ser um partido nacional”. Germano Rigotto diz que uma candidatura que surja de um debate interno, desse conjunto de cerca de 20 mil eleitores espalhados pelo Brasil, já começa forte. Rigotto acha que não há maneira de esse candidato ser cristianizado, como foram Quércia e Ulysses Guimarães, “porque a candidatura terá nascido de maneira diferente, num momento em que existe um desgaste incrível do atual governo”.
O governador gaúcho tem altos planos: “Poderíamos comandar uma candidatura de centro-esquerda, trazendo o PDT e o PPS”. Germano Rigotto está em campanha: almoçou com o governador Joaquim Roriz em Brasília, se encontrou ontem em São Paulo com o presidente do partido, Michel Temer, e com o presidente da seção paulista, Orestes Quércia. Almoçou com o governador do Paraná, Roberto Requião, esta semana almoça com o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcellos, e depois com o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, que já anunciou seu apoio a ele.
No dia 17 vai se inscrever na prévia do PMDB, e a partir de fevereiro se afasta do governo para viajar pelo país. Quer que as prévias sejam realizadas em março, e acha que ganha de Garotinho. “Eu tenho uma história no PMDB, vim do MDB, o que me dá vantagem sobre Garotinho, que está com uma estrutura de campanha impressionante. E não tenho uma mácula na minha vida política”. Ele está preocupado e reconhece que vários fatores podem levar ao adiamento das prévias. “Não são apenas aqueles que querem jogar o PMDB nos braços do governo, nem os que querem que ele vá para o PSDB, que querem adiar as prévias. Muita gente quer ver o que vai acontecer até fim de abril, início de maio, para depois se posicionar. Mas o adiamento também pode dar tempo para se organizar e disputar com Garotinho em melhores condições”.
Rigotto garante que não teme se candidatar à reeleição, e rebate com pesquisas as insinuações de que estaria tentando a candidatura à Presidência da República para evitar concorrer a um segundo mandato de governador: “Desde o início sou totalmente contrário à reeleição, acho que oito anos de mandato é muito tempo. Sei o que foi de ruim para o país a reeleição do Fernando Henrique e para ele próprio. A reeleição vai desaparecer em uma reforma política que faremos para frente, e teremos mandatos de cinco ou seis anos”.
Uma pesquisa recente, realizada pelo Ibope no fim de 2005, mostra que Rigotto tem avaliação positiva no eleitorado gaúcho. O desempenho pessoal do governador recebe menção favorável de 61% dos entrevistados, resultado da somatória de ótimo (3%), bom (31%) e regular positivo (27%). Para o governo, Rigotto ficou em primeiro lugar, com 32%, seguido de Olívio Dutra, com 24%. Já uma pesquisa do jornal “Zero Hora” lhe deu uma nota mediana, 5,7, mas acima da de Lula, que recebeu 4,3, e dos prefeitos das principais cidade do estado.
Ele diz que a vaga para a disputa pelo Senado está reservada para o senador Pedro Simon, que também o apóia para a Presidência. Garante que não será candidato a deputado federal “sob hipótese alguma, já cumpri essa etapa. Aquilo que está acontecendo na Câmara, eu sabia que ia acontecer. Sentia um ambiente ruim, uma Casa que não tinha mais condições de produzir, o plenário esvaziado, as comissões que não trabalham”. Resta-lhe a Presidência ou a tentativa de um segundo mandato de governador.
Rigotto diz que tem todo o PMDB do Rio Grande do Sul apoiando sua candidatura, e garante que o ministro Nelson Jobim já lhe disse que não disputará as prévias do partido. “Ora, o Jobim é um grande quadro, mas ninguém pode achar que vai ser ungido pelo partido quando há outros nomes na disputa. Acho que quanto mais postulantes à candidatura, melhor para o partido”.
Entrevista:O Estado inteligente
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