BRASÍLIA - Como confirmam as pesquisas, Lula continua um candidato bastante competitivo, mas com um partido em frangalhos, em busca de alianças e, sobretudo, de um vice.
O que parece certo é que esse vice não será José Alencar, que não tem carisma, bagagem política nem partido (o tal de PRB não agrega nada a nada nem a ninguém). Logo, Alencar não tem apoio do Planalto e está até deixando o Ministério da Defesa.
O vice ideal para Lula seria alguém do PMDB, partido sólido no Congresso e enraizado em todo o país. Mas o PMDB é, como já está batido dizer, um saco de gatos tucanos e de gatos lulistas -sem acordo. Não dá para imaginar uma convenção indicando o vice de quem quer que seja.
E, já que Lula dificilmente terá um vice como Nelson Jobim, com este pulando da presidência do Supremo para o PMDB, é legítimo trabalhar com alternativas. Por exclusão, alguém do PSB. Como o deputado e ex-ministro Eduardo Campos é pernambucano (mesma origem de Lula), crescem as chances do ministro Ciro Gomes (Integração). A não ser que Jobim se filie ao PSB, o que não está nos planos.
Pesquisas costumam ser muito poderosas a nove meses das eleições. Ao reconduzirem Lula à dianteira no primeiro turno, reconquistando a vaga que perdera para José Serra, do PSDB, elas também promovem fortes movimentos partidários.
Há dois meses, Lula corria o risco de ser o candidato do que resta do PT em aliança com o nada portentoso PC do B. Ficaria até engraçada uma chapa com Lula e um velho comunista... Mas, hoje, a lista de partidos aliados potenciais volta a ser bem mais substanciosa.
Se Lula cai nas pesquisas, a lista diminui. Se sobe, aumenta. Enquanto isso, em vez de se descabelarem com a divisão interna, os líderes do PMDB se agarram a ela para não definir nada. Um pé lá, outro cá é um ótimo equilíbrio a esta altura. Agora, é lutar pelo fim da verticalização. Depois, tirar Garotinho e Rigotto e pisar no terreno realmente mais seguro. @ - elianec@uol.com.br
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