por Reinaldo Azevedo Por Fernando Nakagawa, da Agência Estado. Volto em seguida:
Pela primeira vez, o Brasil tem em suas reservas internacionais dinheiro suficiente para quitar toda a dívida externa - pública e privada. O cálculo é do Banco Central e consta de um relatório divulgado nesta quinta-feira, 21, pela instituição, ressaltando a evolução recente dos indicadores de sustentabilidade externa do País. De acordo com o documento, a projeção do BC indica que em janeiro as reservas internacionais superaram a dívida externa em US$ 4 bilhões. Isso não significa, contudo, que o País vá quitar sua dívida, tampouco a das empresas, mas esta condição melhora a credibilidade do Brasil no exterior. O resultado das contas externas de janeiro será divulgado na próxima semana.
No documento intitulado "Indicadores de Sustentabilidade Externa do Brasil, Evolução Recente", o BC lembra que a posição devedora do Brasil era de US$ 165,2 bilhões ao final de 2003. Ao longo dos últimos quatro anos, o fortalecimento das reservas internacionais e o programa de recompra da dívida externa e de antecipação de pagamentos resultou na redução desse montante. Apenas no ano passado, as reservas internacionais cresceram 110% e chegaram a US$ 180,3 bilhões no final de dezembro.
Para o BC, as reservas apresentaram "evolução sem precedentes nos últimos anos", de US$ 16,3 bilhões, em 2002, quando excluídos os empréstimos do FMI, para US$ 180,3 bilhões ao final de 2007, "tendo crescido 110,1% apenas neste último ano", destaca o texto. Na avaliação da autoridade monetária, "o principal fator responsável por essa ampliação foi o superávit no mercado cambial, que acumulou US$ 150,6 bilhões de 2003 a 2007".
No relatório, o BC avalia que a compra feita pela própria instituição no mercado cambial respeita a política de câmbio flutuante. "Ou seja, não adicionando volatilidade (oscilação) ao mercado e não definindo pisos nem tendências", cita o documento. As compras líquidas de dólar feitas pelo BC alcançaram US$ 141,3 bilhões nos últimos cinco anos, dos quais 55,6% apenas em 2007.
O que isso significa? O comentarista econômico do jornal O Estado de S. Paulo, Celso Ming, destaca que a posição credora do Brasil no mercado internacional traz conseqüências positivas para o País. Ele enumera: 1- Esta condição melhora a percepção do Brasil perante os investidores estrangeiros. Isso significa aumento de confiança nos títulos de empresas e do governo brasileiro. 2- Com a melhora da percepção do País, mais investidores compram títulos de empresas e do governo brasileiro. Isso significa mais dólares entrando no mercado interno. 3- A melhora da percepção também deixa o Brasil mais perto do grau de investimento - classificação dada a países com baixíssimo risco de calores. 4- Se a classificação de grau de investimento se confirmar, mais investidores estarão dispostos a investir no País e mais dólares entrarão no Brasil. Além disso, o juro do dívida cai e as condições de endividamento do País ficam ainda melhores.
Comento Vejam só! É, dei um título ao texto para provocar mesmo os “tonton-maCUTs” do petralhismo. - Quem não se lembra do plebiscito da CNBB — já bastaria que nossos bispos entendessem de religião, não é mesmo? — propondo a suspensão do pagamento da dívida externa? - Quem não se lembra da pauta histórica das esquerdas, incluindo o PT, sim (aquele pré-poder)? “Pela suspensão do pagamento da dívida externa!” - Quem não se lembra, como é mesmo, das “percas internacionais de Leonel Brizola? - Quem não se lembra da moratória, saudada como um ato de coragem nacionalista, de Dílson Funaro?
Os números que estão aí são a conseqüência virtuosa do que os delinqüentes teóricos chamaram, ao longo dos oito anos de governo FHC, de “neoliberalismo”. Fosse, e dado que a política teve continuidade no governo Lula, entao se tem um mérito do Lula neoliberal!
E, sim, POR ISSO LULA DEVE SER ELOGIADO. Quem disse que não elogio nunca? QUANDO ELE NEGA, NA PRATICA, TUDO O QUE ELE PREGAVA NA TEORIA, merece o meu aplauso.
“Ah, então, vamos pagar tudo?” Não. Não é necessário. É mais vantajoso, para o país, manter as reservas e administrar a dívida, como vem fazendo. O que se tem aí é o resultado de 13 anos de uma política macroeconômica coerente, que fez a opção pela responsabilidade. Pode-se discordar disso ou daquilo, da valorização excessiva do câmbio aqui ou do juro ali, mas o rumo se manteve.
PARABÉNS AO PRESIDENTE LULA POR, AO MENOS NA POLÍTICA MACROECONÔMICA, TER DECIDIDO PRESERVAR A HERANÇA BENDITA |