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Se uma parte considerável da imprensa renunciou a seu ofício por alinhamento ideológico com o PT, burrice ou preguiça, ainda não renunciei ao meu. Reparem que não inclui aqui os que fazem outra coisa: prestam serviços ao governo porque vivem do dinheiro público que roubam dos brasileiros. Mas cada coisa a seu tempo. Volto ao ponto.
Tarso Genro, como quem diz “hoje é segunda-feira”, afirma que o governo está fazendo um “minucioso levantamento” dos gastos deste governo e do anterior.
Não parece óbvio? Não parece até justo?
Que o governo fizesse um levantamento dos seus próprios gastos para corrigir falhas e tal, vá lá. É obrigação sua. Que estivesse empenhado em esclarecer os episódios que geraram a CPI, idem. Mas fazer “levantamento” de um governo passado, sem que se saiba qual é o caso que se investiga, corresponde a usar o aparelho de estado como polícia política.
Isso não é normal, não. Pode ser normal na democracia brasileira, assaltada por bananeiros vulgares. Imaginem se um Bush, no primeiro mandato, sem que houvesse uma demanda de uma comissão de investigação do Congresso ou da Promotoria, decidisse escarafunchar as contas de Clinton. Cairia no dia seguinte.
Pior: imaginem se esses dados vazassem para a imprensa. Dois funcionários do Departamento de Estado foram demitidos porque, atenção!!!, acessaram a, digamos, ficha de Barack Obama. O jornalismo americano tratou o caso como escândalo.
Mas setores importantes da imprensa estão narcotizados. Em parte, cumprem-se os desígnios do Moderno Príncipe gramsciano: até para se opor ao “partido” (que ele chamava de “Moderno Príncipe”) é preciso ser do “partido”.
Tarso Genro diz: “É só um levantamento”, e muita gente diz: “Viram? É só um levantamento”. Ainda que ele não tivesse sido vazado, caracterizando um dossiê, já seria um crime de lesa democracia.
Inverteu-se o fluxo da história e da lógica. Instalou-se uma CPI sem fato determinado para investigar “todo o governo FHC”. Como o fato não existe, é o governo quem, confessadamente, vai fornecer a matéria-prima à comissão.
Vamos ver. Caso um oposicionista vença a disputa presidencial em 2010, os agora oposicionistas, então situacionistas, podem propor uma CPI para investigar o governo Lula. Com que fato? Ora, e quem precisaria disso? Então o presidente da hora autorizaria dois ministérios a escarafunchar a gestão petista para fornecer dados à comissão.
O mundo viria abaixo.
O que se tem aí é um escárnio. Que as ratazanas, mascates e tocadores de tuba endossem o procedimento, vá lá. Estão fazendo as vontades de quem lhes paga o salário e lhes garante o emprego. Mas e os outros?
O PT desarrumou mesmo os critérios e a ética do jornalismo. Muita gente se perdeu.
E pensar que há bobalhões preocupados, como é mesmo?, com o “colunismo de direita”. Ainda que existisse, mereceria pau se estivesse endossando práticas típicas de estado policial ou ameaças à liberdade de imprensa. Gente idiota e frívola, abraçada apenas ao próprio rancor!
Dossiê, sim. Um dossiê contra a democracia e o estado de direito.
Tarso Genro, como quem diz “hoje é segunda-feira”, afirma que o governo está fazendo um “minucioso levantamento” dos gastos deste governo e do anterior.
Não parece óbvio? Não parece até justo?
Que o governo fizesse um levantamento dos seus próprios gastos para corrigir falhas e tal, vá lá. É obrigação sua. Que estivesse empenhado em esclarecer os episódios que geraram a CPI, idem. Mas fazer “levantamento” de um governo passado, sem que se saiba qual é o caso que se investiga, corresponde a usar o aparelho de estado como polícia política.
Isso não é normal, não. Pode ser normal na democracia brasileira, assaltada por bananeiros vulgares. Imaginem se um Bush, no primeiro mandato, sem que houvesse uma demanda de uma comissão de investigação do Congresso ou da Promotoria, decidisse escarafunchar as contas de Clinton. Cairia no dia seguinte.
Pior: imaginem se esses dados vazassem para a imprensa. Dois funcionários do Departamento de Estado foram demitidos porque, atenção!!!, acessaram a, digamos, ficha de Barack Obama. O jornalismo americano tratou o caso como escândalo.
Mas setores importantes da imprensa estão narcotizados. Em parte, cumprem-se os desígnios do Moderno Príncipe gramsciano: até para se opor ao “partido” (que ele chamava de “Moderno Príncipe”) é preciso ser do “partido”.
Tarso Genro diz: “É só um levantamento”, e muita gente diz: “Viram? É só um levantamento”. Ainda que ele não tivesse sido vazado, caracterizando um dossiê, já seria um crime de lesa democracia.
Inverteu-se o fluxo da história e da lógica. Instalou-se uma CPI sem fato determinado para investigar “todo o governo FHC”. Como o fato não existe, é o governo quem, confessadamente, vai fornecer a matéria-prima à comissão.
Vamos ver. Caso um oposicionista vença a disputa presidencial em 2010, os agora oposicionistas, então situacionistas, podem propor uma CPI para investigar o governo Lula. Com que fato? Ora, e quem precisaria disso? Então o presidente da hora autorizaria dois ministérios a escarafunchar a gestão petista para fornecer dados à comissão.
O mundo viria abaixo.
O que se tem aí é um escárnio. Que as ratazanas, mascates e tocadores de tuba endossem o procedimento, vá lá. Estão fazendo as vontades de quem lhes paga o salário e lhes garante o emprego. Mas e os outros?
O PT desarrumou mesmo os critérios e a ética do jornalismo. Muita gente se perdeu.
E pensar que há bobalhões preocupados, como é mesmo?, com o “colunismo de direita”. Ainda que existisse, mereceria pau se estivesse endossando práticas típicas de estado policial ou ameaças à liberdade de imprensa. Gente idiota e frívola, abraçada apenas ao próprio rancor!
Dossiê, sim. Um dossiê contra a democracia e o estado de direito.