Entrevista:O Estado inteligente

sábado, maio 12, 2007

Petrobras perdeu dinheiro

O acordo com a Bolívia confirmou que a Petrobras perdeu dinheiro. Comprou as refinarias em 1994 por exatos US$ 104 milhões, quando elas foram privatizadas no governo Hugo Banzer; investiu muito; recuperou as refinarias e mantinha um alto estoque de produto, avaliado em US$ 40 milhões. Agora revende para o governo da Bolívia por US$ 112 milhões. Não precisa nem saber fazer muita conta para concluir que foi um mau negócio. Mas, na realidade, não havia outra saída, porque a Petrobras estava sendo encurralada.

Do ponto de vista deles, as refinarias são importantíssimas e têm alto valor simbólico. Os jornais disseram durante o dia que a Petrobras havia recuado duas vezes. Ou seja, Evo Morales poderá contar vitória. Elas produzem 40 mil barris/dia, e isso é 100% do que a Bolívia consome. O faturamento das empresas é de US$ 627 milhões de dólares só para as vendas para o mercado interno. Evo Morales pretende agora fazer dessa empresa o seu caixa. Dependendo da sua voracidade, as refinarias podem começar a perder qualidade.

Para o Brasil, o mais importante é o gás retirado dos campos encontrados e explorados pela Petrobras. Lá também Evo Morales mudou as regras do jogo, rasgou contratos e impôs condições muito mais duras à empresa brasileira. As relações entre os dois países - que só de cooperação na área de gás e petróleo tem 50 anos - vão sair dessa situação abaladas. Os jornais de hoje traziam críticas de Lula aos discursos radicais de governantes que nao se dão conta de que é preciso governar para todos. Frases que caíam como uma luva sobre Morales.

O que o Brasil não pode agora é continuar errando com a Bolívia. A hora não é de confraternização, nem de anúncios de novos investimentos. Que fique claro que a Petrobras não teve outra saída, mas ela foi garfada

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