RIO DE JANEIRO - Há muito menos mistérios entre Ushuaia, no fim do mundo, e a fronteira americana, perto da elite mundial, do que pode supor nossa filosofia cucaracha. Ao menos é o que indica rápida leitura dos jornais da semana.
Recorte 1: "Segundo estatísticas oficiais, entre janeiro e abril, 1.000 pessoas morreram em crimes ligados ao narcotráfico, entre execuções, enfrentamentos e ajustes de contas. No ano passado, foram 2.100, e em 2005, 1.300. Com aval do presidente, soldados do Exército foram chamados a combater o crime em operações com a polícia. A explosão da violência, segundo as autoridades, é uma resposta às ações enérgicas do governo. Algumas localidades são controladas pelo narcotráfico há tempos, e os chefões têm muita influência nas comunidades. Uma situação decorrente do vazio deixado pelo poder público nestes locais". É ou não a cara do Rio?
Recorte 2: "Depois que um raio danificou o radar do maior aeroporto do país, prejudicando as operações, deu-se início a uma espécie de colapso no transporte aéreo, com filas imensas nos aeroportos e atrasos incomensuráveis. Associações de pilotos denunciam a falta de segurança. Controladores de vôo também protestam. Em meio ao clima caótico, o presidente reconhece que a estrutura aérea do país está "quebrada", enquanto a Defesa e a Aeronáutica insistem em que a situação está sob controle".
Cindacta neles, Brasília!
O recorte 1 é sobre o México. O número 2 trata da Argentina. Qualquer semelhança com este gigante em berço esplêndido não terá sido mera coincidência. As mazelas -históricas, sem dúvida- são todas nossas. Só muda o sotaque. Hasta la vista, compañeros.
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